Vitória Antunes, 19 anos, Estoril Praia F.C.



                                    Como é que surgiu na tua vida o Futebol?

Na minha família da minha idade são poucas as raparigas e sempre que ia brincar com os meus primos e irmão íamos jogar à bola, e a paixão pelo futebol surgiu a partir dai. Acabei por pedir aos meus pais para ir para um clube ao pé de casa e comecei a jogar federada aos 9 anos.  


                                      O Futebol foi sempre a primeira opção?

Sim, sempre fiz muitos desportos em simultâneo, futebol, ténis de mesa, atletismo, entre outros, mas sabia que ia chegar uma altura que tinha de optar apenas por um, e na hora de decidir, não houve dúvidas, foi o futebol


            Do que é que já abdicaste pelo Futebol e o que é que o Futebol já te deu?

Tenho as minhas ambições com este desporto e são muitos os sacrifício e as coisas que abdico pelo futebol, todos os jogadores sabem que existem sempre as festas e os jantares a que não podemos ir porque temos treino ou no dia a seguir jogo. Em 2015, cheguei a abdicar de uma viagem já marcada para Itália porque coincidia com a fase final do interassociações e ainda bem que o fiz porque acabei por ser campeã nacional nesse torneio. Essa foi uma das muitas alegrias que o futebol já me deu, assim como me fez crescer enquanto pessoa e me deu a conhecer pessoas espectaculares e amigos para a vida. 


                                          Quem é a Vitória enquanto jogadora?

A Vitória como jogadora é ambiciosa, trabalhadora, empenhada, lutadora e persistente nunca desisto de um objectivo.

   

                Como foste parar à baliza? Sempre foi essa a posição preferida?

Iniciei no meio-campo, mas logo aos 10 anos, num treino onde não tínhamos guarda-redes fui à baliza, acabei por gostar e ficar, com o tempo acabei mesmo por me apaixonar pela posição.


                                      Fala-nos um pouco do teu percurso.

Iniciei com 9 anos num clube da minha cidade, Janita's onde estive 4 anos a jogar nos campeonatos distritais com os rapazes, aos 13 fui para o 1º de Dezembro onde iniciei o meu percurso no futebol feminino, estive duas épocas na equipa de Juvenis. Acabei depois por ir para o A-dos-Francos, aos 15, onde estive outras duas épocas a jogar nas equipas Júnior e Sénior. Há duas épocas atrás, aos 17 vim para o Estoril praia, onde joguei na equipa júnior e sénior a época passada e na equipa sénior esta época.


 Até hoje houve algum treinador/a ou jogador/a que te tenham marcado? Quem e porquê?

Tive sorte ao longo do meu percurso de ter trabalhado com grandes treinadores e seres humanos, aqueles que me marcaram mais sabem-no e devo-lhes muito! Não queria deixar de individualizar alguns deles: Mister Diana Dias por todas as nossas viagens para os treinos, Mister Renato Mota o meu primeiro treinador de guarda-redes e responsável por me pôr o "bichinho" da baliza, mister Ademar Colaço por ter sempre acreditado em mim e por me ter levado para o Estoril e ao mister João Garcia, treinador de guarda-redes, por me ter feito evoluir neste últimos dois anos e me ter ajudado nas últimas conquistas.


              Qual o principal objectivo do Estoril Praia para esta temporada?

O objectivo é fazer o melhor possível, nesta segunda volta temos o objectivo de fazer melhor que a primeira, assim como chegar o mais longe possível na taça.


                   Até onde te vês chegar, no futuro, como jogadora de futebol?

Sei que é complicado, mas gostava de um dia puder viver do futebol, ambiciono chegar longe, não gosto de fazer planos futuros, gosto de viver o presente e espero que o trabalho que tenho vindo a realizar dê frutos brevemente. 


  Como é defender a baliza de Portugal? Fala-nos um pouco da tua experiência na     selecção.

É um sentimento inexplicável, representar uma nação é uma responsabilidade tremenda e um orgulho enorme. Foi sem dúvida um dos melhores momentos da minha vida e um momento que vai ficar na minha memória para sempre. Espero um dia poder voltar a senti-lo.

    Como olhas para o presente e para o futuro do futebol feminino em Portugal?

A evolução nos últimos anos tem sido notória, se o investimento continuar, o futebol feminino em Portugal vai dar que falar num futuro próximo. Cada vez somos mais praticantes, cada vez mais adeptos. Esperam-se coisas boas para o futebol feminino português.


Marta Faria, Raparigas da Bola

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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