Sofia Portugal, 17 anos CA Feira






"A Sofia Portugal é uma atleta de 17 anos que começou o HP aos 8 porque queria aprender a patinar. Este início foi resultado da frustração, porque ao contrário do irmão e primo não conseguiu patinar no gelo em Viseu. Foi assim que iniciou a patinagem ao sábado no FC Bom Sucesso mesmo ao lado de casa. Daí até ao HP foi uma caminhada feita, que envolveu também a família porque não entendíamos nada de HP. A paixão da Sofia pelo HP foi imediata. Há que deixar a natação e o ténis para trás e dedicar-se só a esta modalidade que ama de coração. Aos 11 anos, porque o clube em que estava não iria ter equipa de competição no escalão dela, mudou-se para o Cenap, também em Aveiro. Aí com treinadores como o Bóia, Machado e o Luís ela faz um grande percurso de crescimento e a paixão aumenta. Rapariga da bola, única numa equipa de rapazes, chega aos sub 17 e no segundo ano é convidada pelo seu actual treinador, José Reis, para o CAF e assim quis de imediato HP feminino. Até porque gostou do projecto que o Mister lhe apresentou, acreditando que seria capaz de suportar a troca de misto para feminino e portanto da formação para o campeonato sénior. É com o CAF que ela aprende que a distância é dura, que impõe disciplina no controlo das horas e gestão do tempo para conciliar o estudo, 11o ano em Aveiro, a família, os amigos, e a paixão pelo HP. Aprende que o chegar a casa muito tarde leva a que a paixão cresça ainda mais, como faz questão de o afirmar muitas vezes. Aprende que o sacrifício faz parte do crescimento. Mas que as vitórias têm outro sabor. É aqui que aprende que as horas que dedica ao estudo também do HP, visionando insistentemente os jogos que gravou da TV e os que acompanha por YouTube, exigem mais tempo e disciplina de horários. É com tudo isto que cresceu rapidamente. Para nós que a acompanhamos na busca do triunfo e que somos testemunhos do seu sonho, chegar à Selecção nacional e ao mundo do HP, ela é de facto, para todos que conhecemos a sua força, determinação e dedicação, inspiradora."  

Ana Gomes, Mãe da Sofia



















Quem é a Sofia?

A Sofia é uma jovem jogadora do CAF e estudante. Tímida, reservada, alegre, persistente, correta, lutadora, paciente e muito focada. Acima de tudo muito observadora e boa ouvinte. 


Como surgiu a paixão pelo Hóquei?

A paixão pelo HP surge aos 8 anos, na sequência de uma forte vontade de aprender a patinar. Modalidade que desconhecia até então, nasce quando me colocam um stick na mão e a vontade de continuar foi imediata. Atleta de desportos de modalidade individual, até porque sou tímida, praticava ténis e natação, encontrei nesta modalidade de equipa algo que me preenche. Penso que a velocidade, a tomada de decisão, a necessidade de equilíbrio, o entender o jogo em equipa, e o desafio do colectivo, é o que me traz essa paixão todos os dias. 


A tua família sempre te apoiou nesta escolha?

A minha família não tinha qualquer ligação ao HP. Mas, dizem que a paixão que eu criei os cativou. Apoiam-me como ninguém. São os meus maiores fãs. Também se não fossem eles com esforço e dedicação não estaria onde estou, porque lhes exige um grande empenho, dada a distância entre Aveiro e Santa Maria da Feira. Hoje o HP faz parte da Família.


Fala-nos um pouco sobre o teu percurso na modalidade?

Numa ida a Viseu em Família, senti uma grande frustração por não conseguir acompanhar o meu irmão e o meu primo numa tarde de patinagem no gelo. Com essa frustração vim o caminho todo a perguntar ao meu Pai se em Aveiro tínhamos um sitio para aprender a patinar. Fui às escolinhas de patinagem do Futebol Clube do Bom Sucesso. E é aqui que tudo começou. Passado uns tempo colocaram-me um stick na mão que nunca mais larguei. Começou a paixão. Quando subi aos sub 13 fui jogar para o Cenap, também em Aveiro onde fiquei até ao primeiro ano de sub 17, em equipa Mista e sendo sempre a única rapariga. Por ser a única rapariga aumentou a minha exigência tanto ao nível de treinos como de competição. Com 15 anos comecei a ir à selecção distrital de Aveiro de sub 17, feminino. Estou no Clube Académico da Feira na segunda época no campeonato nacional sénior feminino. Aceitei o desafio porque achei que estava na hora de ir para uma equipa feminina e achei interessante o projecto e também me fascinou o facto de fazer parte do nascimento de uma nova equipa.


Como te defines enquanto jogadora?

Sou uma jogadora trabalhadora que gosta de jogar em equipa, com uma grande ambição e vontade de crescer cada vez mais, para triunfos no colectivo e individuais. Gosto de pensar o jogo e acreditar que consigo colocar em prática o que me é transmitido. Gosto também de estudar HP,  visualizo muitos jogos na TV e na internet. 


Quem admiras no Hóquei? Quem é a tua maior referência?

Acima de tudo amo o HP e admiro todos aqueles que todos os dias trabalham para e pela modalidade, desde os jogadores, equipas técnicas, clubes que lutam por manter o HP e os adeptos que vivem esta paixão. Tenho atletas que sigo e que uso como referências, nomeadamente João Rodrigues, Platero, Hélder Nunes, Marlene Sousa, Maria Vieira, Inês Vieira, Reinaldo Ventura, Anna Romero, entre outros. 


Sonhos e objetivos. Quais os teus para um futuro próximo?

O sonho é jogar com as cores nacionais. Os objetivos são, ser cada vez mais competitiva e lutar por títulos. 

 

Se tivesses esse poder, o que mudarias ou acrescentarias ao Hóquei Feminino em Portugal?

Mais visibilidade do Hóquei Feminino. Mais competição. Apoio aos clubes para a formação e criação de equipa femininas. 



Marta Faria, Raparigas da Bola



© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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