Carina Luís, Nun' Alvares/IES Fafe,18 anos


Digamos que não te conhecem...Quem é a Carina?

A carina é uma menina do Norte do país, Barrosa, nasci em chaves e vivo em montalegre. Sou filha de pais humildes que lutam e ttodos os dias para dar o melhor as suas filhas. Realçando que tudo que conquistei devo a minha família . Considero me uma pessoa simples, que está sempre pronta a ajudar e que luta pelos seus objetivos.  


O Futsal foi "amor à primeira vista", ou praticaste outras modalidades?

O futsal apareceu por acaso, na verdade, eu comecei a jogar futebol  aos meus 9/10 anos nos infantis do CDCMontalegre, equipa na qual o meu tio era treinador e incentivou-me a jogar com os rapazes um pouco mais velhos. Gostava muito de jogar futebol e gostava de ter continuado no CDCM, clube que representei até aos meus 13 anos,mas as camadas jovens foram desaparecendo! Nesse ano como o meu escalão não iria ter camadas jovens eu já estava a desesperar, cheguei a casa a chorar pensando que não ia jogar mais! Entretanto ligaram-me do ADC da colmeia (clube situado no conselho também) a informar que iriam fazer uma equipa de futsal e se eu gostaria de participar! Nem pensei 2 vezes, visto que iria ficar sem jogar. Foi assim que o futsal começou. Jogava sempre com os rapazes e não havia nenhuma menina, só mais tarde é que começaram a aparecer! Gostava de jogar futebol e ainda gosto muito, adaptei me bem ao futsal porque eu gostava de ter a bola no pé e no futsal isso é mais usual.

 

Fala-nos um pouco sobre o teu percurso na modalidade?

Na modalidade do futsal sempre joguei com os rapazes, achava que era muito mais competitivo e com mais vantagens para poder evoluir, recebi propostas para o campeonato nacional futsal feminino com os meus 14 anos mas não queria deixar de jogar com os rapazes para passar a jogar com mulheres. Representei o ADC da colmeia, que mais tarde se tornou academia AFFAA, durante 3 anos onde tive o prazer de ser campeã distrital por 2 vezes e ainda poder participar na taça nacional de juvenis masculina, também em 2014 participei no Torneio Inter-Associações de Futsal Feminino sub-20, onde nos sagramos vice-campeãs pela AF Vila Real. Penso que estes 3 anos me fizeram crescer muito enquanto jogadora pelo facto de os rapazes serem muito mais fortes e eu trabalhar todos os dias para estar ao nível deles. Com os meus 16 anos aceitei a proposta do GDChaves já recebida à dois anos atrás. No Chaves foi um pouco difícil no princípio, ter que jogar com mulheres, mas aprendi muito com elas, foi um bom passo para o meu percurso e penso que também devo muito ao Chaves pelo grande percurso que fiz lá!

O ponto alto de qualquer atleta é representar o País. Conta-nos tudo, desde a convocatória até ao momento de participar nos Jogos Olímpicos da Juventude.

Representar o país é o motivo de maior orgulho sendo jogadora de futsal! Quando recebi a 1ª convocatória para a Selecção Nacional, em 2016, ainda jogava com os rapazes, fiquei muito surpreendida e ao mesmo tempo sem noção daquilo que era a Selecção Nacional. Nunca, quando era mais nova tive esse objectivo, nunca tive noção do meu trabalho e nunca pensei chegar à Selecção. Eu jogava porque gostava e sempre que jogava queria ganhar, mas vou ser sincera, Selecção, nem Distrital e muito menos Nacional me passaram pela cabeça em representar porque não tinha mesmo noção! Eu queria era jogar e ser feliz com o que fazia. Desde a primeira convocatória para as Selecções de Futsal Feminino fui sempre representando o meu país com muita regularidade! Como já referi em 2016 surgiu a 1ª convocatória para participarmos num torneio de desenvolvimento que se realizaria no final da época e assim fui traçando o meu percurso até aos jogos olímpicos!  


E o espírito do grupo? Acreditaram sempre?

O nosso grupo na selecção trabalhou 3 anos tendo como principal objetivo os JO da juventude, penso que fomos e somos um grupo muito unido, com muita qualidade individual e colectiva. Trabalhámos muito durante estes anos fizemos muitos sacrifícios, também a FPF fez muitos sacrifícios, mas, penso que tudo foi recompensado pois participamos nos JO e ganhamos. Quando soube que iria participar fiquei emocionada, era um sonho para mim desde a primeira chamada a Selecção.  Na Argentina foi uma experiência única, que iremos recordar para sempre por termos sido as primeiras a conquistar o ouro em modalidade colectivas e também porque foi a 1ª vez que o Futsal competiu a nível olímpico. 


Trouxeram a medalha de Ouro ao peito. O sentimento foi de missão cumprida?

Foi uma sensação única conquistar o ouro, mas penso que o torneio correu bem, tínhamos qualidade, reconhecíamos o nosso potencial mas nunca nos elevámos acima de nenhum adversário e sempre encarámos os jogos com a mesma atitude e compromisso, foi por isso que chegámos onde chegámos e conquistámos o ouro! Sentimento de dever cumprido,muito felizes e orgulhosas por termos representado o nosso país da melhor maneira.  


Até onde pensas chegar no Futsal?

Neste momento o meu objetivo e penso que o  de todas as outras é chegar à Selecção A! O Futsal ainda não é profissional, mas quero continuar a jogar sempre que puder, sabendo que não posso viver disso, então quero continuar a estudar também para poder licenciar-me.

E os estudos? Dá para conciliar tudo?

Conciliar os estudos foi um pouco difícil quando jogava no chaves, porque chegava muito tarde a casa e não estudava nada, apesar disso era uma aluna muito atenta que aproveitava as aulas pois não tinha tempo para estudar em casa. Na verdade nunca gostei muito de estudar, mas concluí o 12º e agora estou a estudar gestão!

A nossa Seleção Sénior tem um grande desafio pela frente. Qual o teu prognóstico e que palavras lhes deixarias para as motivar ainda mais...

Quero que o Futsal Feminino consiga ter mais visibilidade e sei que a nossa Selecção tem muita qualidade e muito trabalho. Sei que irão representar bem o nosso país e temos claramente hipótese de ganhar o Europeu! Quero desejar-lhes muita força que façam o que elas sabem pois sei que se o fizerem ganharão! 

 Força Portugal!



Marta Faria, Raparigas da Bola

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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