Taça Europeia de Futsal

Para quem possa andar mais distraído, esta semana jogou-se a Taça Europeia de Futsal Feminino, digamos que será o equivalente à Liga dos Campeões no futebol.

Na Holanda, as campeãs nacionais dos 6 países da Europa com mais "força" no Futsal Feminino, foram divididas em 2 grupos e proporcionaram aos presentes e a quem conseguiu seguir pelas plataformas digitais, jogos de elevado nível técnico e tático.

O Sport Lisboa e Benfica, atual Campeão Nacional, fez a sua estreia neste palco Europeu e conquistou um honroso 2º lugar, perdendo somente diante da agora BI Campeã Europeia, a equipa das espanholas do Atlético de Madrid.

No final da prova, Ana Catarina Pereira foi considerada a melhor guarda redes e Ana Sofia Gonçalves (Fifó) a melhor jogadora.

O que nos levou a esta crónica, não se prende somente nos resultados da prova nem nas exibições.

Falemos de Fair Play!

Falemos da atitude da equipa do Benfica, que após marcarem golo, num lance em que uma das jogadoras adversárias se lesiona com gravidade, "abrem alas" às Italianas para que elas marquem no recomeço do jogo. 

Sabemos bem que gestos destes acontecem em muitos dos nossos pavilhões, onde se treina e se joga com cada vez mais paixão e crença numa modalidade que luta para ser vista com outros olhos. A luta pela profissionalização, quer seja no futsal ou no futebol feminino, é dura, mas o caminho é este. O levar lá fora o nome de Portugal, seja pelos clubes ou com a camisola da Seleção, é a melhor maneira de os de "dentro" olharem para estas jogadoras/equipas de outra forma. E não falamos só do apoio da Federação, falamos do apoio mais importante, aquele que vem dos próprios clubes. 

A realidade Portuguesa é bem diferente da dos "grandes" Europeus e não é fácil lutar contra equipas com orçamentos estrondosos.

Mas, se ninguém apostar nelas, quem o fará. Enquanto o Futsal continuar a ser visto como o parente pobre do futebol, o crescimento não vai existir. A força de vontade de jogadoras e treinadores não chega, é necessário mais e melhor.

Está na hora de "abanar" o futsal feminino, para que ele não continue adormecido...


Falem, divulguem e apoiem! O Futsal somos nós!


Marta Faria,

Raparigas da Bola


© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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