Emanuel Inácio, Clube Domus Nostra


Que desafios e dificuldades poderão os clubes esperar com este novo desafio?

Antes de mais, afirmar que apoio fervorosamente a criação da 2ª Divisão Nacional Feminina, assim como, as atletas do Clube Domus Nostra - Associação Futebol de Coimbra. A nossa equipa feminina é muito recente, tenra e com falta de traquejo nestas andanças, fruto das duas e apenas duas épocas desportivas: 2018/2019 e 2019/2020. Obviamente, para mim também foi um desafio visto que foi a primeira vez (2019/2020) que treinei uma equipa sénior e feminina. Em jeito de brincadeira, se soubesse o que sei hoje não tinha aceite! Se já tinha alguns cabelos brancos agora tenho queda de cabelo! 😊 Ainda assim, trabalhamos com os pés assentes na terra para conseguirmos chegar o mais longe possível. Deste modo, porque sem medo de  afirmar que sonho um dia poder estar a treinar esta mesma equipa numa 2ª Divisão Nacional Feminina. No meu entender será uma divisão muito competitiva, desafiante para quem fará parte integrante: clubes, treinadores e atletas, mas também de oportunidade para as outras equipas que disputam a divisão distrital das suas associações. Permite às equipas competirem num patamar que merecem, falo da Associação Académica de Coimbra - Secção Futsal no qual guardo muito respeito que já merece estar noutro patamar pelo futsal que pratica, mas também pelo respeito que demonstra dentro de campo nos jogos disputados entre nós apesar do avolumar do resultado, que é natural. Em relação às equipas da Distrital cria a oportunidade de outras equipas poderem lutar pelo título distrital, se sagrarem campeões e subirem à 2ª divisão.


Um patamar intermédio entre as competições distritais e a primeira divisão, poderá trazer mais competitividade e com isso criar clubes mais preparados para uma eventual subida ao principal escalão do futsal feminino nacional?

Como é óbvio o salto de uma Divisão Distrital para a 1ª Divisão Nacional contêm um fosso muito grande à semelhança do fosso que existe no futsal masculino, entre as Divisões Distritais e a 2ª Divisão Nacional, após a extinção da 3ª Divisão Nacional masculina. Deste modo, a criação da 2ª Divisão Nacional Feminina permite a todas as equipas da distrital mais competitividade, como já referi anteriormente, mas também às equipas que sobem. Deste modo, surgem novos objetivos, desafios e realidades dentro das equipas da Distrital e Nacional. Todos ganham competitividade e motivação.


Olhando também para os Campeonatos Distritais que também serão afetados com esta medida, quais serão os prós e os contras da construção duma segunda divisão?

A meu ver e ao nível do Campeonato Distrital de Coimbra, os prós e contras com a criação da 2ª Divisão Nacional Feminina são positivos. Negativamente o Campeonato Distrital de Coimbra perde uma equipa que exibe um futsal interessante e bonito, mas o retorno e a visibilidade do futsal feminino de Coimbra aumentam. Permite criar patamares de competitividade, ou seja, as melhores competem com as melhores e as teoricamente mais débeis competem entre si com aspirações para subir do Campeonato Distrital Feminino para a 2ª Divisão Nacional Feminino. Passa a existir um ajuste entre as divisões em termos competitivos o que é muito importante ao nível da evolução das atletas e das equipas.


                                                                                               Emanuel Inácio

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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