Inês Sousa, 27 anos, Guarda 2000




Quem é a Inês?

Inês , 27 anos, natural da cidade da Guarda. Licenciada em Psicologia do Desporto e Exercício na Escola Superior de Desporto de Rio Maior e Mestre em Desporto e Saúde para Crianças e Jovens pelo IPL. Profissionalmente trabalho num escritório e desportivamente sou treinadora de Futebol nos escalões de formação (Petizes e Traquinas) no Núcleo Desportivo e Social da Guarda. Apaixonada pela prática de desporto, mais propriamente pela modalidade de futebol, comecei por jogar Futebol 7 com 16 anos, passando depois pelo futebol 11 e atualmente jogo Futsal há 5 anos.


Quando e como surge o futsal na tua vida?

A minha paixão pela modalidade surge através de uma pessoa, que infelizmente já não está presente fisicamente, mas que para mim foi um Pai no mundo do Futebol/Futsal e que vai ficar para sempre no meu e com certeza no coração de muitas atletas , o nosso ex-presidente da Guarda 2000, José Manuel Segura Fernandes, foi ele sem dúvida o principal responsável pela minha escolha, contudo o meu primeiro contacto com o Futsal surge em 2014 quando representei a equipa do Penedono. Joguei futebol durante 7 anos, onde tive oportunidade de ser colega de equipa de uma das referências do Futebol Feminino, Ana Borges e uma das referências do Futsal, Cátia Morgado. A primeira época como federada foi em 2003/2004. Passei por vários clubes, entre os quais, Estrelas da Guarda, Guarda 2000, Fundação Laura Santos e A-dos-Francos, depois estive parada durante um largo período de tempo devido a uma lesão (rotura total do ligamento cruzado anterior e menisco no joelho esquerdo) . O convite para o Futsal surgiu em 2014 e desde então, não deixei mais esta modalidade. Representei o Penedono como já tinha referido , o UD Cariense e desde 2016 represento a Guarda 2000, equipa da minha cidade e da qual me orgulho de ser capitã.


Como é ser mulher num jogo maioritariamente de homens?

Hoje em dia e a meu ver já não há tanta desigualdade de género. Houve uma evolução enorme relativamente a este assunto. As mulheres, tais como os homens, conseguem fazer feitos incríveis no mundo do Desporto.


Fala-nos um pouco sobre o teu percurso na modalidade.

Ora então, surgiu numa brincadeira de amigas querer experimentar o futsal. O convite surgiu e acabamos por ir todas. Sempre tive um gosto enorme pelo futsal pois é uma modalidade bastante interessante e emotiva, todos os segundos contam. Consegui criar laços muito bons através do Futsal. Atualmente, temos uma equipa fantástica, são colegas de equipa, mas também amigas do coração que vou levar para a vida. Posso dizer que fui sempre evoluindo ano após ano e que através dos ensinamentos dos treinadores aprendi muito sobre esta modalidade. Uma obrigada desde já a todos eles (Mister Tim-Tim, José Manuel Segura, Hélder Jerónimo, Vítor Costinha, Paulo Alves e Marco Santos).


Como é a Inês quando entra em campo?

Atualmente capitã da equipa Guarda 2000, tenho uma responsabilidade acrescida. Dentro de campo considero-me uma jogadora de equipa, com boa capacidade de comunicação, tenho um compromisso muito forte com o grupo, tecnicamente evoluída e gosto especialmente dos duelos 1x1 (risos).


Do que é que já abdicaste pelo Futsal?

Quando se gosta do que se faz, abdicamos de qualquer coisa em prol da modalidade. Já abdiquei de férias, de saídas á noite com amigos, de estar com a família e com quem mais gosto.


Até onde pretendes chegar na modalidade, qual seria para ti o ponto alto do teu percurso?

O ponto alto do meu percurso seria jogar na 1ª Divisão.


Chegar à Seleção Nacional é um sonho, ou um objetivo?

Passei ao lado de uma grande carreira (risos) . Claro que toda as atletas sonham um dia chegar a seleção. Mas para mim e já com esta idade o grande objetivo passa por subir à 1ª divisão. Não é fácil, as equipas são cada vez mais competitivas, mas não é de todo impossível.


Quais os teus objetivos principais esta época?

A maior parte dos objetivos pretendidos para esta época já foram conseguidos que era ser Tricampeã Distrital, vencer a taça distrital, passar a 1ª primeira fase da taça nacional e pontuar na 2ª fase.


O que para ti seria fundamental mudar no nosso Futsal Feminino?

A visibilidade e o investimento na modalidade logo nos escalões de formação seria fundamental. Criar mais condições e haver um maior/melhor acompanhamento para quem está a iniciar a modalidade.


Que conselho dás a quem se está a iniciar na modalidade?

O meu conselho passa por nunca desistirem dos seus sonhos, definir os próprios objetivos e trabalharem muito, dentro e fora de campo. Se assim for, vão ter certamente a sua recompensa. Que acreditem nas capacidades que têm e acima de tudo que se divirtam a fazer o que mais gostam, se assim for, meio caminho está trilhado para no futuro alcançarem os objetivos propostos. Vão ter momentos mais dificeis , nem sempre vai ser justo mas valerá sempre a pena se nos entregarmos com alma e coração. 


Marta Faria, Raparigas da Bola

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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