Inês Gaivéu,13 anos, Stuart HC Massamá



"A Inês Gaivéu como gosta de ser tratada (não gosta de Maria) é uma rapariga muito disciplinada nas suas tarefas e deveres. Teimosa, persistente, simpática e brincalhona. Adora Matemática e é excelente aluna, o que ajuda devido aos treinos tardios e à deslocação da sua cidade que é Setúbal . O Hóquei começou quando após experimentar a patinagem artística e não gostou, foi experimentar o Hóquei no clube naval Setúbal. Adorou, ficou apaixonada e até hoje é realmente fã incondicional do Hóquei. Como eu costumo dizer nem fica doente só de pensar que não pode ir treinar ou jogar .. ahah (mesmo) . Como jogadora, é jogar até ao fim seja a perder ou ganhar leva mesmo muito a sério cada jogo. Fica triste por não haver equipas femininas sem ser em séniores. Colocou na cabeça, que quando for para a universidade quer ir para Espanha estudar e jogar, por lá existirem bastantes equipas femininas... Ela adora mesmo muito o Hóquei."

Pedro, Pai da Inês 



"Sou a Vânia, mãe e companheira da minha filha, Maria Inês. A Maria Inês foi sempre desde pequena uma criança e hoje uma adolescente, determinada. Ganhou a sua atomização sempre com muita responsabilidade e nunca perdendo de vista os seus objectivos. Desde cedo apostou sempre em jogos e brincadeiras onde testasse o seu equilíbrio e aos 4 anos apaixonou‐se pela patinagem e depois aos 6 anos pelo hóquei. Percebeu rapidamente que é um jogo dominado pelo género masculino e com muito poucas raparigas a praticarem a modalidade, mas isso não a demoveu e nunca mostrou sinais de desânimo e até pelo contrário, cresce a sua garra pela paixão do hóquei. A Maria Inês traçou o seu objectivo e vai ser difícil demovê‐la. Ela treina e treina, faz sacrifícios, submete‐se a jogos e mais treinos, fazemos muitos quilómetros por semana para os treinos e jogos onde aproveitamos para pôr os assuntos em dia, mas ela está sempre pronta para animar‐ me e contagiar‐me com a sua determinação, com o seu mundo do hóquei. Continua a ser boa aluna, está no 8o ano com boas notas e eu e o pai dizemos "Porque não..." "

 Vânia, Mãe da Inês

Esta é a Inês...


Quem é a Inês?

 Tenho 13 anos, sou de Setúbal e jogo, neste momento, no Stuart HC Massamá. Pretendo concretizar os meus sonhos e chegar ao topo. Sou lutadora, persistente , trabalhadora , muito exigente comigo própria e tenho objectivos muito bem definidos.  


Como surgiu a paixão pelo Hóquei?

Comecei na patinagem artística, no Clube Naval Setubalense, passado algum tempo descobri que não era isso que eu queria e não tinha jeito nenhum para aquilo. Fui então, no mesmo clube experimentar um treino de HP e foi aí que senti que era no hóquei que sonhava ter futuro, nunca mais consegui largar até agora, nem vou conseguir. É uma paixão imensa que tenho por este fantástico desporto.  


A tua família sempre te apoiou nesta escolha?

A minha família sempre me apoiou. Mas preferiam que eu tivesse escolhido um desporto mais calmo, porque sempre depois de um treino ou jogo chego a casa com marcas e quando tenho lesões eles sofrem mais que eu. Sempre perceberam que sem o hóquei a minha vida não era a mesma. O apoio deles é imprescindível pois não teria evoluído nem chegado até agora com toda a luta e querer. Sei que sem o esforço dos meus pais, ao me levarem aos treinos e jogos, não conseguiria evoluir. Pois a distância entre Setúbal e Massamá ainda é longe. Logo tenho muito a agradecer ao apoio da minha família.  


Fala-nos um pouco sobre o teu percurso na modalidade?

O meu percurso como já referi começou há 7 anos, no Clube Naval Setubalense, de seguida joguei no Sport Lisboa e Benfica e estou actualmente no Stuart HC Massamá. Sempre joguei em equipas mistas. Este ano continuo numa equipa mista mas apareceu uma oportunidade onde representei o Stuart na Copa Jimeno pelas sub-17 onde fomos Vice-Campeãs Europeias.


Como te defines enquanto jogadora?

Como jogadora sinto que sou ambiciosa, lutadora, trabalhadora e procuro sempre o melhor de mim e melhorar cada vez mais. Quando acabo um treino ou jogo tenho de sentir que me esforcei, que dei o meu máximo e que fiz tudo pela equipa! Sair do pavilhão com marcas é uma vitória, quer dizer que a bola não chegou à baliza. 

 

Quem admiras no Hóquei? Quem é a tua maior referência?

Admiro imensos jogadores. Cada um tem as suas qualidades e os seus defeitos. Gosto imenso de ir ver jogos e perceber que quem está dentro de campo, está a dar o seu melhor. Mas além disso tenho como maior referência Marlene Sousa , uma das melhores do mundo. Espero um dia chegar onde ela chegou.  


Sonhos e objectivos. Quais os teus para um futuro próximo?

O meu sonho é representar a selecção nacional, e honrar o nosso país. Também quero muito jogar numa equipa feminina espanhola, onde existe maior rivalidade. Tenho como objectivos crescer enquanto jogadora, melhorar sempre mais e disputar todas as bolas como fossem as últimas. 


Se tivesses esse poder, o que mudarias ou acrescentarias ao Hóquei Feminino em Portugal?

 Acrescentaria a igualdade, entre o hóquei feminino e masculino. Acho que o HP Feminino é muito pouco valorizado. Aumentaria também o número de equipas femininas e de atletas também. 


Marta Faria, Raparigas da Bola

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

Desenvolvido por Webnode
Crie o seu site grátis! Este site foi criado com a Webnode. Crie o seu gratuitamente agora! Comece agora