Sara Mendes, A.D. Lustosa



"Foi no dia 9 de março que recebemos a notícia que os treinos estavam cancelados, sem data para voltar. Para quem não sabe, foi no Concelho de Lousada que apareceram os primeiros casos de Covid-19, daí termos sido dos primeiros clubes a terminar com todas as atividades. Numa altura em que nos encontrávamos focadas e a trabalhar para a nova fase da época, vimo-nos obrigadas a deixar de fazer aquilo que mais gostamos.

Vivemos tempos difíceis, em que somos privados de fazer tudo aquilo que dávamos como garantido. Não sabemos se vamos voltar a jogar daqui a um mês, dois, três. No entanto temos indicação do nosso treinador para não baixarmos as armas, para continuarmos a treinar, seja de que forma for.

Todos os dias tenho de ir trabalhar, mas tento manter ao máximo as rotinas em dias de treinos, neste caso, até mais. Todos os dias faço exercícios localizados, enquanto me for permitido por lei irei continuar a correr na rua. Manter uma boa alimentação é fundamental para tentar manter a forma e ter um bom rendimento.

Nestas semanas tenta-se que não se percam os laços, tenta-se que não se perca a forma física, tenta-se que não se perca a esperança, porque o que mais queremos é receber uma mensagem que diga que podemos voltar.

Para que tudo volte ao sítio certo, para que todos possamos fazer o que nos faz feliz, fiquem em casa.

Vemo-nos em breve!"

                                                                                                                   Sara Mendes


Raparigas da Bola

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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