Inês Florêncio,15 anos, Stuart HC Massamá
"Quando me pedem para falar da minha irmã só consigo pensar em: orgulho. É uma rapariga muito lutadora, sabe o que quer e faz do hóquei a vida dela e é muito engraçado porque sem dúvida que me revejo muito nela à uns bons anos atrás. Vejo uma parte de mim nela, de querer sempre treinar mais e de querer chegar a todos os jogos, a todos os torneios, viver o hóquei ao máximo. Para mim, acaba por ser um grande responsabilidade e apesar de já ter ganho tanta coisa e já ter conseguido representar Portugal, sinto o dever de lhe mostrar que há sempre oportunidade de mais e de melhor. Tenho a certeza que ela vai conseguir o que sonha e eu vou estar lá para a aplaudir e para assegurar que se correr mal faz parte da vida de um atleta, os sonhos são feitos de sacrifícios mas não há nada melhor do que eles! Ela é muito focada e lutadora, um autêntico furacão em campo mas acima de tudo humilde, é isso que a distingue de muita gente. Tenho a certeza que vai ter um futuro brilhante."
Margarida Florêncio, irmã
Fala-nos um pouco sobre ti. Quem é a Inês?
A Inês é uma rapariga de Sintra, com 15 anos que ambiciona chegar ao mais alto nível.
Com que idade calçaste os patins pela primeira vez?
A grande aventura começou aos 4 anos, desde sempre que estou dentro do mundo do hóquei. Calcei os patins por brincadeira e ficou logo a vontade de continuar, o hóquei é um desporto e um mundo muito especial para mim, posso dizer mesmo que até hoje é grande parte da minha vida.
Começas a dar os primeiros passos no mesmo clube onde a tua irmã começou. Ela é a tua maior referência?
Claro que sim. Todos nos orgulhamos de quem nos é próximo. Claro que levo a minha irmã como referência.
Como é ter a Margarida como irmã?
É o meu maior orgulho, é a pessoa que sigo desde sempre os seus passos e que pretendo claro continuar a fazê-lo porque onde ela chegou é o sonho de qualquer hoquista. Apesar da distância que temos agora, por ela estar em Coimbra, conseguimos uma união muito forte, ajuda-me, dá-me na cabeça e às vezes lá é minha treinadora de bancada!
Fala-nos um pouco sobre o teu percurso e até onde queres chegar na modalidade?
O meu percurso começou no Lobinhos e depois Stuart, clube que represento até agora. Pretendo chegar sem dúvida ao topo, como a minha irmã diz a nível individual o maior objectivo é chegar à selecção e representar Portugal mas a nível colectivo podemos estar sempre a querer mais, é esse o meu pensamento e trabalhar sempre para conseguir mais e melhor.
Como te defines enquanto jogadora?
Defino-me como uma jogadora lutadora e que tem muito para aprender e para caminhar. Vou fazer sempre o melhor para que um dia faça orgulhar quem me rodeia, isso seria a cereja no topo do bolo.
Se tivesses esse poder, o que mudarias ou acrescentarias ao Hóquei Feminino em Portugal?
Gostava muito que o Hóquei feminino fosse mais valorizado, o hóquei é infelizmente ainda um desporto muito machista.
Marta Faria, Raparigas da Bola
Foto: Marzia Cattini