Sérgio Gomes, Maia Futsal


Que desafios e dificuldades poderão os clubes esperar com este novo desafio?

Concordo com a criação de uma 2 divisão nacional, ia contribuir para o desenvolvimento das jogadoras, treinadores, clubes e consequente melhoria e valorização do futsal feminino. Se os quadros competitivos no masculino têm uma 2º Divisão Nacional, não faz sentido não existir no feminino. Agora para que isso possa acontecer os clubes em parceria com as associações e a Federação terão de criar uma estrutura sólida pensada nos aspectos económico/geográfico para que a 2º Divisão Nacional seja uma realidade. Certo que será um desafio enorme para qualquer clube ter de fazer deslocações de 15 em 15 dias, com a logística e custos que isso acarreta para qualquer clube. Saber se os clubes terão apoio das Associações e Federação, porque a 2 Divisão Nacional em qualquer competição não tem a visibilidade da 1 Nacional e depois o seu devido retorno financeiro. 


Um patamar intermédio entre as competições distritais e a primeira divisão, poderá trazer mais competitividade e com isso criar clubes mais preparados para uma eventual subida ao principal escalão do futsal feminino nacional? 

Creio que uma 2º Divisão Nacional mais tarde ou mais cedo terá de existir, pela qualidade e evolução do futsal feminino. Seria uma divisão intermédia entre Distrital e Primeira nacional, ou seja há uma "adaptação" a um novo campeonato, benéfico para as atletas. Acredito que o nível estrutural e competitivo dos clubes crescesse, pela nova realidade que irão encontrar a jogar numa competição Nacional. O facto de mais clubes fazerem parte de competições nacionais, e a um passo da 1º Nacional fará que o leque de clubes por distritos aumente e com isso vejo uma melhoria para todos, sendo que depois por consequência as diferenças entre divisões não será tão grande, como agora é explicito. 


E olhando também para os Campeonatos Distritais que também serão afetados com esta medida, quais serão os prós e os contras da construção duma segunda divisão?

 Os campeonatos distritais podem perder qualidade com a saída das melhores jogadoras para equipas do Campeonato da 2º Nacional ou até 1º Nacional, cabe a todos os clubes encontrar estratégias, eventualmente apostar na formação para evoluírem de forma a que mais equipas tenham ambição de jogar a um nível competitivo superior, de forma a que todos os agentes desportivos possam beneficiar com essa competitividade.  


                                                                                                                  Sérgio Gomes

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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