Marta Coelho, Viseu 2001



Quais os benefícios e desvantagens que vocês atletas esperam retirar nesta nova fase? 

Antes de mais, um obrigada pela oportunidade e obrigada e parabéns pelo vosso trabalho em prol do futsal feminino. Sobre a questão, sabemos que o campeonato nacional é muito forte. Saindo de um distrito onde apenas temos 7 equipas inscritas, e estamos impedidas de participar na taça distrital (mais competição), há muita diferença em ritmos de jogo. Já vivenciei isso, e apesar da experiência e da aprendizagem, foi desgastante. Havendo a 2ª divisão, haveria tempo para a adaptação a ritmos diferentes, e mesmo a motivação acabaria por ser ainda maior. Penso que não haverá desvantagens, a não ser mais um ou outro almoço/jantar nas distâncias maiores. Mas também nos contentamos com umas bifanas. 


Com este novo campeonato a competitividade no nosso futsal pode melhorar/aumentar? Porquê? 

Claro que melhora! Temos outro tipo de competitividade. Falando sobre o meu distrito e sobre os meus últimos anos, se o resultado do jogo estivesse mais definido, acabávamos, de uma forma inconsciente, por abrandar o ritmo de jogo. Se tivermos equipas mais competitivas, mais equilibradas, todas elas vão ter de trabalhar mais para terem bons resultados. Evolução individual e coletiva de todos. Vão todos querer ser melhores.


E em termos de visibilidade tanto para clubes como para vocês atletas, o que achas que esta possível 2ª Divisão Nacional pode trazer de novo? 

Competitividade, visibilidade para conseguirmos mais apoios e oportunidades para a criação de novas equipas ou a manutenção das mesmas no campeonato distrital.


                                                                                                                 Marta Coelho

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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