Rita Coutinho, 20 anos, Clube Albergaria


Quem é a Rita?

Sou uma pessoa humilde, alegre e empenhada. Desde sempre quis ser jogadora de futebol.


Conta-nos como surgiu o futebol na tua vida. Fala-nos do teu percurso até ao Clube Albergaria.

O futebol esteve presente comigo desde sempre, os meus pais diziam que quando era pequena nunca me interessei por bonecas, ficava contente apenas com uma bola.
Em casa os meus pais chegaram a contar 11 bolas.
Entrei na equipa da terra aos 7 anos de idade, joguei com rapazes ate ingressar no Escola Futebol Clube de Molelinhos, depois como se sabe o clube acabou e fui para o Viseu 2001 onde comecei a jogar pelas seniores, estive lá durante 5 épocas. Foi enquanto representei o Viseu 2001 que fui chamada várias vezes à Selecção tendo sido internacional sub16 e sub17.
Depois do Viseu 2001, tive a época 2017/2018 no Cadima e agora nesta época estou a representar o Clube de Albergaria.

A tua família sempre te apoiou? Houve alguém que fosse mais céptico?

Sim, a minha família é o meu pilar, sempre me apoiaram e incentivaram. Mas o meu pai é o principal responsável pela minha paixão pelo futebol pois ele esteve sempre presente em tudo desde quando jogava com rapazes, ele ia comigo para um balneário à parte, vestia-me, penteava-me e calçava-me as chuteiras. Hoje em dia vai ver os meus jogos todos, seja onde for, dá-me na cabeça quando é preciso e apoia-me quando estou mais em baixo.


Para estares "focada" no futebol, do que tiveste de abdicar?

Tive e tenho de abdicar de muita coisa, eu sou de Viseu estou a estudar em Vila Real na universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e a jogar no Clube de Albergaria em Aveiro, só ai se vê que estou sempre a andar de um lado para o outro, é muito cansativo.
É muito difícil ter tempo para estar com amigos muitas vezes, só ao sábado é que consigo estar mais tempo com a minha família porque durante a semana venho na quarta ou quinta de Vila Real vou logo para o treino já chego tarde a casa os meus pais muitas vezes já estão a dormir para o dia a seguir irem trabalhar. No dia seguinte durante o dia aproveito para descansar e estudar, chega o fim do dia os meus pais chegam a casa do trabalho e eu estou a sair para ir para o treino.


Como é o teu dia, em "dia de jogo"? Que rotinas tens?

No dia de jogo em si não tenho muitas rotinas, costumo ver vídeos de jogos anteriores tentar perceber o que foi feito de mal para corrigir já neste jogo.
Gosto de estar um bocado no meu canto para me concentrar.


Com apenas 20, o que pensas do nosso Futebol, do nosso Campeonato?

O futebol feminino em Portugal está cada vez a evoluir mais, estão a ser criadas melhores condições de treino e de jogo, está a haver uma maior aposta no futebol feminino. Com a entrada de clubes grandes há um aumento enorme da visibilidade e diminuição do preconceito de mulheres a jogar futebol.
Nota-se esta evolução pelo feito que a nossa Selecção nacional tem alcançado, resultados históricos que nunca tinham sido alcançados antes.
Penso que o campeonato esta muito mais equilibrado em relação à época anterior visto até pelo facto de tanto o Sporting como o Braga já terem perdido pontos contra equipas que não têm o mesmo tipo de condições que elas têm.


Até onde queres chegar com o Futebol? Quais os teus objectivos.

Quero para já jogar num bom clube, que me possa dar as condições necessárias para a minha evolução.
Quero continuar a conciliar os estudos com o futebol, sem me prejudicar em nenhum dos lados. O meu objectivo principal é representar a nossa selecção no principal escalão. O meu sonho era ser profissional de futebol, talvez um dia surja a oportunidade, mas para já não penso nisso quero antes de tudo tirar o meu curso. 



Marta Faria, Raparigas da Bola


                                 

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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