Luís Leal, CCD Ordem

Numa altura em que os campeonatos distritais foram dados como terminados pela FPF, publicamos a entrevista ao Mister Luís Leal, realizada antes da decisão da Federação.


Toda esta crise epidémica surgiu quando se começavam a preparar para a 2ª fase da temporada. Como foi lidar com a notícia de que iriam ter de parar sem data para voltar?

Estávamos a preparar a 2ª fase com tranquilidade, até que fomos informados da impossibilidade de treinar no nosso concelho, logo depois seguiu-se a suspensão das provas pela AF Porto.

Nos primeiros momentos seguimos as indicações com a convicção que iríamos voltar, mas com o decorrer dos dias fomos percebendo que nesta temporada não voltaremos a competir. É uma situação nova para todos, a qual temos de nos consciencializar que esta época terminou.


A que nível pode esta paragem afetar a equipa e o clube? É toda a preparação da época que está em risco?

Esta paragem a nível da equipa afeta profundamente, principalmente na performance das atletas, assim como no processo evolutivo. A nível do clube as consequências poderão ser mais prejudiciais, mas, certamente, ainda é precoce avaliar todas os efeitos que trará, só o futuro dirá.

Preparamos a época para um macrociclo de 10 meses, na qual ainda só 7 meses estavam cumpridos, tínhamos objetivos ainda para cumprir e esta paragem deita por terra um trabalho gradual de crescimento de uma equipa iniciada esta temporada. A maior consequência poderá ser o retrocesso de todo um caminho feito até aqui com numa paragem tão longa.


Como se mantém a equipa, as jogadoras motivadas, para algo tão incerto?

A maior motivação e preocupação neste momento é o bem-estar comum. Nunca alimentamos o regresso como algo concreto, sendo que a possibilidade de retorno mesmo que remota deverá ser algo sempre motivador para quem gosta da prática do futsal.

Procuramos dar alguns exercícios para as atletas manterem o mínimo de condição física (algo impossível). Considero, porém, que deveremos estar todos cientes que a época terminou.


                                                                                                                      Luís Leal


© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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