Patrícia Morais, 26 anos, Sporting C. P.



Será quase impossível hoje em dia não saber quem tu és. Mas, para elucidar esses mais distraídos, quem é a Patrícia?

Sou uma Patrícia diferente, muito extrovertida, quem convive comigo passa os dias a rir, pois em campo sou uma pessoa mais séria, mais focada e mais expressiva.


O Futebol aparece em que etapa da tua vida?

Tinha 8 anos quando comecei a jogar futebol e ganhei essa paixão, pois o futebol para mim é muito importante na minha vida.


Abreviando um pouco o teu percurso, corrige-nos se estivermos erradas, começas no Santa Iria, passas pelo Ponte Frielas e EFF Setúbal, jogas no histórico e saudoso 1º de Dezembro e dás o "salto" para fora do País. Fala-nos um pouco desse teu percurso até agora à baliza do Sporting CP.

Comecei no clube da minha terra C.F.S.I com 8 anos, na altura jogava com os rapazes e até aos 12 anos. Quando já não podia jogar mais com eles, decidi até aos 15 anos jogar futsal. Após isso ingressei no Escola de Setúbal onde completei 1 época e depois passei pelo U.D.P.F, 1°Dezembro até A.D.F. Depois dessa época decidi aceitar uma proposta que foi feita por uma equipa Francesa, o Yzeure onde fui vice-campeã da 2°divisão. Após essa experiência rumei ao A.S.P.T.T da 1°divisão onde senti que não foi a escolha perfeita. Depois rumei ao Sporting, a minha actual equipa.


A tua posição é uma das mais "ingratas" no futebol, segundo a maior parte das pessoas. Mas, o que te levou a ser GR e o que te apaixona mais nessa posição?

Tinha apenas 16 anos e ainda tinha só "meio ano" de GR quando fui chamada à selecção Nacional. No meu primeiro estágio lembro-me perfeitamente de chegar ao campo para treinar e não querer usas as luvas, pois queria era jogar à frente. Na altura a selecionadora e a adjunta tiveram uma reunião comigo, pois se não fosse para ser GR não ia mais à selecção. Após essa reunião, ganhei paixão pelas luvas e aquilo que me dá mais prazer é fazer com que a bola não entre na baliza.


Do que é que já abdicaste pelo Futebol e o que é que o Futebol já te deu?

Abdiquei dos estudos, do tempo com a minha família, amigos, de tudo o que os jovens mais gostam de fazer, pois a minha vida profissional não me permite. Com o futebol conheci pessoas excepcionais e que guardarei para toda a minha vida, consegui ser profissional no meu país o que me dá estabilidade económica.


Como te caracterizas como jogadora, como é a Patrícia dentro e fora de campo?

Considero-me uma jogadora ambiciosa, com muitos objectivos, que não se contenta com pouco, uma guarda-redes segura e com uma mentalidade forte. Fora de campo muito extrovertida , amiga do meu amigo, sempre pronta para ajudar os "meus".


O que te falta alcançar, a nível individual e a nível de equipa?

A nível individual sonho jogar um Mundial e chegar á final da Champions League. Tenho no currículo a presença num Europeu e gostava de estar presente em mais.


Quais os teus objetivos para um futuro próximo?

Apesar de já ter muita experiência a nível de selecção e de clubes quero aumentar o meu currículo ganhando mais títulos. 



Marta Faria e Olga Reis, Raparigas da Bola

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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