Sofia Girão, Académico Fut. Clube


Para começar e para quem não te conhece, quem é a Sofia Girão?

Diria que é uma pessoa tranquila e discreta, mas sempre pronta para a "palhaçada"! Gosta de rir e fazer rir, e acima de tudo viver de uma forma alegre e desfrutar cada momento junto daqueles que mais gosta.


Como começa o teu percurso no basquetebol?

Na verdade começa por mero acaso. Na altura, em 2009, foi o meu professor de Educação Física que me sugeriu experimentar o basquetebol, e assim foi. Dirigi-me ao Académico por ser bastante perto de casa e nunca mais fui capaz de deixar!


Porquê o Basquetebol?

Quando comecei não tinha grandes expectativas, nem sabia o que esperar. Jogava futebol desde muito pequena e considerava ser essa a minha modalidade. Entrei no basquetebol simplesmente para experimentar algo diferente, e encontrei um jogo pelo qual me apaixonei. Sem dúvida que o que mais me cativou, e ainda hoje, foi a intensidade de jogo e o facto de se poder decidir jogos e campeonatos em apenas centésimas de segundos: nunca tomar nada como garantido nem como perdido antes da última "buzina"!


Para além do basquetebol o que mais te apaixona?

Sem dúvida o futebol e a música. Como já disse, o futebol foi a primeira modalidade que pratiquei e sempre adorei jogar e assistir a jogos! Infelizmente uma lesão mais grave no joelho não me permitiu continuar a jogar tão livremente como antes o fazia, mas continuo a ser uma fã incondicional de futebol... Sou capaz de ver jogos e jogos seguidos na televisão, e ter um fim de semana super bem passado! (risos). Quanto à música, desde sempre tive formação musical e estou ligada a vários instrumentos. Neste momento sou membro de uma tuna e de uma banda, pelo que passo muito tempo neste tipo de ambiente!


Conciliar vida pessoal com treinos e jogos não é fácil. Como consegues? Qual a tua maior dificuldade?

De facto, é uma batalha diária conseguir conciliar tudo. Acredito que é muito importante ser organizada e definir prioridades e no meu caso, logo após a vida profissional, os treinos e jogos são prioridade sobre questões da vida pessoal (fora excepções) e social, apesar de nem sempre ser fácil. A minha maior dificuldade é estar envolvida em muita coisa e nem sempre conseguir corresponder a 100% a tudo.


Onde vais buscar a tua força, a tua energia?

Considero que não preciso de muita motivação extrínseca, tenho consciência das minhas capacidades e limitações e tento sempre jogar com isso para ter o melhor desempenho possível. No entanto, é inquestionável que o suporte colectivo que temos na equipa me dá a força e a energia necessárias. Todas acreditamos que podemos chegar mais longe: a vontade de trabalhar e o querer melhorar é o que nos motiva. Tenho a sorte de estar integrada num grupo incrível de pessoas e atletas e também num grande clube... não preciso de mais nada!


Até onde queres chegar na modalidade? Com o que sonhas para o teu futuro no basquetebol?

Sinceramente, não tenho grandes expectativas. Tenho outras prioridades e sei que cada vez será mais complicado conseguir conciliar tudo. Neste momento o que considero mais importante é gostar de treinar e jogar e divertir-me com isso. Enquanto assim for, jogarei o máximo de tempo possível!


O que te falta alcançar?

Conquistar um Campeonato Nacional com o Académico.


Como atleta, como achas que seria possível chamar mais pessoas à modalidade? Uma maneira de haver mais divulgação?

É uma questão complicada, mas sem dúvida que acredito que sim, seria possível. O basquetebol feminino em Portugal ainda tem uma margem enorme de progressão, em muitos sentidos, e a nível de divulgação e adesão à modalidade penso que ainda estamos bastante atrasados. Uma das coisas que mais me impressionou quando participámos na Liga Feminina foi a falta de assistência aos jogos, tanto em casa como fora. O Académico tem feito alguns esforços neste sentido, mas penso que vendo o panorama geral ainda podemos evoluir e trabalhar todos, com o objectivo de arranjar estratégias que possam minimizar este e outros problemas.




Marta Faria, Raparigas da Bola

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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