Ana Alves


Ana Alves

SS Lazio Calcio Femminile, Itália

Como é que surgiu na tua vida a paixão pelo Futsal?

A minha paixão pelo futsal surgiu muito cedo, tinha 8 anos quando comecei a praticar a modalidade. O meu irmão sempre jogou futebol de 11, e desde pequenina que acompanhava todos os seus jogos, então pedia-lhe para jogar " a bola " comigo na rua, sonhando um dia ser como ele. Um certo dia, no recreio da escola um colega perguntou-me se gostaria de fazer um treino na equipa dele. Um clube da terra, federado na associação de futebol do Porto. Assim foi, desde então nunca mais deixei de jogar.

O Futsal foi sempre a primeira opção?

Sim, o futsal sempre foi a primeira opção, embora tivesse sempre aquele "bichinho" pelo futebol de 11 mas nunca tive a coragem de mudar.

Do que é que já abdicaste pelo Futsal?

Coloquei sempre o futsal em 1° plano, então sempre foi a minha prioridade. Neste momento abdico praticamente de tudo, pois estou muito longe e por muito tempo. Acabo por abdicar dos amigos, de estar com a família, o crescimento do meu sobrinho, as datas mais importantes acabo por não estar presente fisicamente. Tudo para viver este sonho, esta paixão!

Quem és tu? Como te caracterizas como jogadora?

considero-me uma jogadora ambiciosa, que nunca se acontenta com o que tem ou faz ...Trabalho imenso para contraiar as dificuldades que vão surgindo ao longo do tempo. Sou o tipo de jogadora que independentemente da equipa que representa irá sempre fazer de tudo para lutar dentro das 4 linhas!

Como é ser mulher num jogo maioritariamente de homens ?

Não é fácil, mas penso que neste momento a modalidade está a dar um salto enorme. O futsal feminino já é visto com outros olhos, cada vez somos mais a praticar este desporto o que faz com que exista este desenvolvimento.A criação da selecção nacional sub-17 demonstra exatamente isto.

De momento estás a jogar fora do País. O que te levou a ir para Itália?

Sempre tive o sonho de fazer da minha profissão o futsal, infelizmente em Portugal não temos condições para tal, surgiu esta oportunidade de jogar em Itália e assim foi, Sem pensar duas vezes aceitei!

Quais os teus ídolos?

No futsal masculino o meu idolo é o Ricardinho. No futsal feminino admiro imenso a nossa internacional Portuguesa Cátia Morgado, Inês Fernandes e a nossa capitã Ana Azevedo.

Até hoje houve algum treinador/a ou jogador/a que te tenham marcado? Quem e porquê?

Todos os treinadores que tive o prazer de ser treinada marcaram, cada um a seu modo, mas se tiver que dizer um nome talvez o André Teixeira, ele ajudou-me imenso em todos os aspetos, mostrou-me o que era jogar futsal, e nunca desistiu de mim, independemente de eu ser uma cabeça dura! Não desvalorizando o trabalho dos outroa treinadores que tive, obviamente.

E a Seleção, é objetivo ?

A selecção é objectivo desde que foi criada, e será sempre objectivo até que deixe de praticar esta modalidade! O topo é ali...

Como gostavas de ser lembrada no Futsal?

Gostaria de ser lembrava pelo percurso que tenho vindo a fazer, pela pessoa que sou e pelo que dou de mim a esta modalidade.

Se pudesses decidir, o que mudavas no Futsal Feminino?

O investimento e a visibilidade seriam bem maior certamente, criar condições para quem está a começar tenha o crescimento e acompanhamento adequado, assim como, criar condições para que as nossas atletas não se vejam obrigadas a ir para fora jogar...

Que conselho dás a quem se está a iniciar na modalidade?

Nunca desistam dos vossos sonhos, trabalhem imenso dentro e fora do campo, o trabalho paga sempre, então trabalhem muito, suem muito que no fim tudo será recompensado! 

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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