Matilde Fidalgo

Matilde Fidalgo

Clube Futebol Benfica

Como é que surgiu o gosto pelo futebol na tua vida? Com que idade? 

Comecei a jogar futebol muito nova, os meus irmãos jogavam comigo e era minha brincadeira de eleição. 

Estiveste sempre no Clube Futebol Benfica? Conta-nos um pouco sobre o teu percurso. 

Comecei a jogar futebol muito nova, os meus irmãos jogavam comigo e era minha brincadeira de eleição. Comecei a jogar futebol numa equipa com 5/6 anos. A primeira equipa onde joguei foi o a equipa do colégio São João de Brito, onde estudava. Mas jogava numa equipa de federada rapazes, em termos de futebol feminino o CF Benfica foi a única equipa em estive. 

A Matilde que entra em campo é muito diferente da Matilde fora dele?

 Sim, um pouco diferente. Sou muito determinada dentro e fora de campo, mas normalmente sou muito delicada na forma como me dirijo às outras pessoas e preocupo-me com a sua reacção, e em campo isso não é de todo uma preocupação que tenha, aliás até acho que sou uma jogadora agressiva.

Para quem não te conhece como jogadora, o que achas que melhor te define?

Sou uma jogadora muito lutadora e voluntariosa. 

Sabemos que tens uma vida académica bastante preenchida. Como concilias tudo com o futebol? 

Jogo futebol desde muito nova, por isso fui aprendendo a conciliar tudo. É uma questão de organização e saber aproveitar bem o tempo.  

A criação da "Liga de Elite" com a inclusão direta de dois dos ditos "grandes" do futebol foi uma mais valia? 

A nova liga trás visibilidade ao futebol feminino, o que é importante para a divulgação e crescimento da modalidade, nesse aspecto foi positiva. 

Fazendo tu parte da atual equipa Bi Campeã Nacional, qual a diferença desta época para anterior? 

A eliminação da fase do apuramento de campeão torna cada ponto mais valioso, e cada distração se paga mais caro. Nesse sentido a constância torna-se fundamental.

 Bi - Campeã Nacional, vencedora da Taça e da Supertaça. O que te falta alcançar? 

Sou bastante ambiciosa, orgulho-me de cada conquista, mas acho que ainda tenho muito por crescer enquanto jogadora, e acredito que com esse crescimento venham outras conquistas.

O Europeu que aí vem é algo que vai marcar o Futebol Feminino em Portugal. O que achas que pode acontecer? Até onde pode chegar a nossa Seleção? 

A seleção tem vindo a consolidar-se e a crescer enquanto equipa, e acredito que a presença nesta fase final seja o espelho disso. Mas é importante relembrar que o percurso que a nossa seleção está a começar, já foi trilhado pelas seleções que irão defrontar Portugal. Não obstante acredito que Portugal fará uma boa campanha na Holanda!

O que gostavas que acontecesse no futuro a nível de Futebol Feminino no nosso País? 

Acredito que o futebol feminino está a crescer e gostava que continuasse a fazê-lo. É difícil estabelecer uma meta, mas espero que se torne uma modalidade cada vez mais aceite e praticada. 

Um conselho para quem está agora a dar os primeiros passos na modalidade...

Aconselho a que as jogadoras sejam comprometidas e profissionais dentro do amadorismo, assim talvez um dia poderemos ver o futebol feminino em Portugal como uma modalidade profissional para todas as atletas. 

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

Desenvolvido por Webnode
Crie o seu site grátis! Este site foi criado com a Webnode. Crie o seu gratuitamente agora! Comece agora