Inês Severino,12 anos, Sport Lisboa e Benfica



Fala-nos um pouco sobre ti. Quem é a Inês?

Sou a Inês Severino, tenho 12 anos e jogo hóquei em patins há oito anos, estudo no 7º Ano em Torres Vedras, vivo em Arruda dos Vinhos, tenho um irmão. Gosto de jogar hóquei em patins, estar com amigos, e passear. 


Com que idade calçaste os patins pela primeira vez? 

A primeira vez que calçei os patins foi com três Anos, porque o meu irmão Afonso Severino estava a treinar e enquanto esperava por ele, eu andava fora do ringue com os patins a tentar patinar. Aos quatro anos comecei a treinar no Sport Alenquer e Benfica e duas semanas depois comecei a jogar, e foi assim que tudo começou. 


Porquê o hóquei? 

Esta paixão pelo hóquei começou porque o meu irmão quando eu nasci já jogava hóquei, então eu fui crescendo a ir ver os jogos e treinos dele, e comecei a querer experimentar, e foi aí que me calçaram os patins pela primeira vez, e ganhei a paixão pela modalidade. 


A tua Família sempre te apoiou nesta escolha? 

O apoio da minha família tem sido fundamental, todos os fins de semana os meus pais vão comigo e com o meu irmão para os jogos, durante a semana preparam toda a logística para nos levarem e trazerem dos treinos. Os seus tempos livres são quase todos dedicados a nos acompanharem no hóquei, o esforço que eles fazem para me darem todas as condições para poder praticar e evoluir na modalidade tem sido um factor essencial e determinante, só posso agradecer por toda a ajuda, sem este acompanhamento e apoio não seria possível praticar hóquei da mesma forma.


Como te defines como jogadora? 

Sou uma jogadora que nunca desiste dos seus sonhos, ambiciosa e jogadora de equipa com técnica, que gosta de transportar a bola e organizar o jogo, por norma jogo mais recuada para poder defender e organizar as ações de ataque e utilizar a meia distância, mas também posso jogar dentro da área.


Fala- nos um pouco sobre o teu percurso na modalidade?

Jogo hóquei em patins há oito anos, dois no Sport Alenquer e Benfica no escalão de Bambis, onde aprendi bastante e estarei sempre agradecida pela oportunidade de começar e estou há seis no Sport Lisboa e Benfica, desde o escalão de benjamins onde tenho feito a minha formação com um percurso de muita evolução e bastante aprendizagem. Estou muito satisfeita por poder melhorar todos os dias. Tenho participado nas selecções  da Associação de Patinagem de Lisboa desde os 7 anos. Esta época não tivemos nenhuma derrota até agora e no fim de semana passado estivemos presentes  num torneio em França onde conseguimos o primeiro lugar e a nível individual consegui ganhar o prémio de melhor jogador/a do torneio.


Sonhos e Objectivos. Quais os teus para um futuro próximo? 

O meu maior sonho é ser Campeã Nacional de Sub 13 esta Época. Depois quero chegar à equipa Sénior do Sport Lisboa e Benfica e às Selecções Nacionais. Mais tarde gostaria de jogar em Espanha e experimentar outra realidade e cultura. 


Quem admiras no Hóquei? Quem é a tua maior referência? 

Gosto de imensos jogadores e jogadoras, cada um com as suas características e qualidades, mas a minha maior referência vai ser sempre o meu irmão. Vai ser sempre o primeiro jogador em que eu vou por os olhos, e vou querer sempre fazer as coisas que ele faz e ouvir os seus conselhos. É sempre importante ter alguém a viver na mesma casa que também jogue hóquei, é diferente ter uma pessoa da família em quem confiar e com quem podes aprender diariamente. 


Se tivesses esse poder o que mudarias ou acrescentarias ao hóquei feminino em particular? 

Acrescentaria mais praticantes e por consequência mais equipas, mais visibilidade, para assim o hóquei feminino ter mais valor e importância, de modo a ter mais adeptos nos pavilhões.


Marta Faria, Raparigas da Bola


© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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