Bruna Dias, A.A. Coimbra



Quais os benefícios e desvantagens que vocês atletas esperam retirar nesta nova fase? 

Os campeonatos distritais, no geral, são pouco competitivos, sendo isso notório quando se atinge a fase seguinte (taça nacional). A intensidade de jogo, o nível de competitividade, a pressão e ansiedade com que temos que lidar torna-se completamente diferente do que estamos habituadas, sendo tudo muito mais intenso. Durante o campeonato distrital temos que nos motivar de alguma forma em jogos menos competitivos, de modo a que não nos deixemos levar na "monotonia" desse mesmo jogo. Temos objetivos superiores e para isso, temos que criar, individualmente, fatores motivacionais que nos ajudem a intensificar o jogo. Acredito que com uma 2ª Divisão Nacional, as equipas competiam num nível superior e mais equilibrado daquilo que estavam habituadas, beneficiando o seu desenvolvimento.


Com este novo campeonato a competitividade no nosso futsal pode melhorar/aumentar? Porquê? 

A criação de uma 2ª Divisão torna o nosso futsal competitivo, aumentando também a pressão nos campeonatos distritais. Tem-se observado em alguns distritos a mesma equipa ser campeã dois ou três anos consecutivos. Tudo poderia ser diferente com a criação da 2ª Divisão Nacional, tornando-se numa divisão mais competitiva, tendo pelo menos 4 ou 5 equipas em disputa do 1º lugar, coisa que não se tem verificado ultimamente (nos campeonatos distritais). Como referido anteriormente, com a criação desta divisão as equipas disputavam um campeonato adequado ao seu nível, aumentando a competitividade e consequentemente melhorando a qualidade do nosso futsal. Não haveria a grande discrepância entre os campeonatos distritais e o campeonato nacional, ou seja, com a criação da 2ª Divisão Nacional, as equipas estariam melhor preparadas para competir no Campeonato Nacional.


E em termos de visibilidade tanto para clubes como para vocês atletas, o que achas que esta possível 2ª Divisão Nacional pode trazer de novo? 

Em primeiro lugar, penso que o facto de a competição ter no nome a palavra "Nacional" traz mais visibilidade aos clubes, sendo infelizmente uma realidade no nosso futsal. Seguidamente, o facto de ser uma divisão nacional faz com que a zona geográfica da competição seja mais ampla, do que se restringir apenas aos distritos, onde muitos acabam por ficar "esquecidos" por serem deslocados das grandes cidades. Com a criação de uma 2ª Divisão Nacional a competitividade aumenta, levando assim a uma observação mais atenta nos clubes/jogadoras onde existe muita qualidade, por vezes ignorada/esquecida.


                                                                                                                 Bruna Dias

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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