Sara Fatia


Sara Fatia

Restauradores Avintenses

Como te chamam no mundo da bola? Há alguma história associada?
Quando ainda estava a disputar o Campeonato distrital de Coimbra tratavam-me por Sara. Quando fui jogar para Espinho começaram a tratar-me por Fatia, apenas porque já existia uma Sara.

Qual o número que gostas de carregar às costas? Associas esse número a algum jogador? E porquê?

Gosto do nº 7, foi o número com que iniciei a prática da modalidade. Quando ingressei no Novasemente o número estava ocupado, então optei pelo 17, que é o número que utilizo até hoje.

O que é o futsal para ti? Onde já chegaste e onde queres chegar?

O futsal é para mim uma forma de ser feliz. É algo que me completa, faz parte de mim e não me imagino sem ele.
Fui Campeã Nacional na época passada e o objetivo é voltar a sê-lo antes de pendurar as sapatilhas.

Quem és tu? Como te caracterizas como jogadora?

Sou teimosa e abnegada. A jogar pareço um bicho do mato mas na realidade sou um cordeirinho.

Tens alguma superstição?

Não gosto de pisar as linhas do campo. Sempre que tenho que ultrapassar alguma tento fazê-lo com o pé direito.

O teu melhor golo foi o mais importante?

Os melhores golos são aqueles que dão pontos e vitórias. Marcar um golaço pode alimentar o ego pessoal, mas se a equipa perder não vale muito mais que isso.

Como vês o futuro do futsal feminino em Portugal?

Essa é uma pergunta complicada de responder. Tendo uma abordagem relativa e comparando o que temos hoje com o que tínhamos à 15 anos atrás, a evolução é claramente notória e extremamente positiva. Campeonato Nacional, Taça de Portugal, Supertaça de Portugal, Estágios de preparação e observação da Seleção Nacional, mas acima de tudo maior competitividade, que aumentou, no meu ponto de vista, de forma transversal em todo o país, fruto da maior qualidade individual e coletiva das equipas e das jogadoras.
Respondendo de forma mais objetiva e olhando para as questões/problemas que se colocavam ao futsal feminino no início de 2000, verifica-se que os problemas de hoje são praticamente os mesmos que se colocavam há mais de uma década atrás. Já então se falava da aproximação ao desporto escolar como forma de aumentar o número de atletas; comentava-se que enquanto a FIFA/UEFA não homologassem as competições de futsal, a modalidade no feminino estaria condenada ao crescimento não sustentado. Muitos dos problemas conjunturais de hoje são os mesmos que se colocavam quando a modalidade começou a despontar. No entanto olho para o futuro com esperança e positivismo. Penso que temos na vertente feminina do futsal pessoas capazes, conhecedoras da modalidade e competentes para levar este desporto a bom porto.

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

Desenvolvido por Webnode
Crie o seu site grátis! Este site foi criado com a Webnode. Crie o seu gratuitamente agora! Comece agora