Lara Matos

Lara Matos

Quintajense F. C. 

Em que altura da vida "nasces" para o futebol?

Apesar de ter começado a jogar federada tarde (18anos), penso que o futebol sempre fez parte de mim, desde cedo que a bola me acompanhava para onde quer que fosse, passava a vida a jogar na rua com os meus amigos. Até aos meus 17 anos fui atleta de alta competição em ginástica artística, e lembro-me perfeitamente que na maioria dos treinos ia mais cedo para o ginásio para jogar à bola antes do treino.

Qual o teu percurso até aqui, até ao Quintajense ?

Bem inicialmente joguei no Beira Mar de Almada onde na altura subimos à primeira divisão, depois por convite fui para o Grande 1 Dezembro, onde fomos campeãs nacionais e da taca de Portugal por 3 vezes. Inclusive sempre que eramos campeãs íamos ao apuramento da champions. Esive 2 anos no A-dos-Francos , uma das equipas por onde gostei mais de passar, 1 época no Estoril Praia e atualmente Quintajense.

Qual o melhor e também o pior momento que viveste no Futebol?

Dos melhores momentos sem dúvida foi sempre que marquei no Jamor em todas as finais que fui da taca de Portugal, ainda a me arrepiado quando penso nisso. Em relação aos piores momentos não tenho assim um pior momento, tenho talvez momentos tristes que vivi e observo em alguns clubes. Para além da não valorização das jogadoras no geral, infelizmente atualmente ainda existe pessoas mal formadas que acompanham e estão à frente de equipas e penso que isso não é bom para a formação do futebol feminino. Supostamente na formação, como a própria palavra indica formar-se jovens para o futuro, não só a nível do que é a própria modalidade, ou seja, aspetos físicos, tácticos , etc, mas também se devem passar BONS valores a nível pedagógico, e na minha opinião isso ainda é uma das lacunas do futebol feminino .

Quem são os teus ídolos? Quem te inspirou e quem ainda te inspira?

Atualmente não tenho assim ninguém que me inspire, em criança sim no futebol masculino, jogadores como o Figo, João Pinto, Karel Poborsky, e no feminino na altura a Carla Couto.

Podemos dizer que já tens uma longa carreira, o que te continua a motivar no futebol?

Atualmente o que me motiva é o facto de poder ajudar as minhas colegas mais novas a evoluir, a perceberem o jogo. Para além disso, sem dúvida a paixão pelo futebol, pela conquista, pelos golos, pelas próprias emoções que se vivem dentro do futebol!

A Lara dentro de campo é muito diferente da Lara fora dele?

Penso que não, tanto dentro como fora de Campo sou sempre exigente comigo mesma e tento dar o meu melhor naquilo que faço, ao mesmo tempo sou descontraída e brincalhona. Sou uma pessoa que separa bem, quando se pode brincar e quando é para trabalhar a serio, acredito verdadeiramente que quando gostamos do que fazemos conseguimos ter parte dos dois momentos.

Melhor marcadora da Série E, qual o objetivo para esta época?

Qualquer avançada gosta de marcar golos, e sem duvida que estou super orgulhosa de mim mesma, todavia sou uma pessoa que pensa essencialmente no coletivo, obviamente se conseguir algo pessoal melhor, mas o grande objetivo esta época é a subida à 1 divisão, logo, farei o que estiver ao meu alcance para que isso aconteça.

Qual a tua opinião sobre a recém criada Liga Allianz, a chamada liga de "Elite"?

Na minha opinião foi um grande passo para o futebol feminino em Portugal , seria ainda melhor se outros clubes grandes como o Benfica e o Porto entrassem, todavia é importante referir que não nos podemos esquecer dos pilares - a formação como já referi em cima.

O que esperas alcançar ainda no Futebol?

Na verdade a nível nacional já Alcancei alguns títulos, exceto a nível de seleção, mas la está já tenho idade para ter juízo 😂 😂

Uma frase que possa inspirar as novas gerações de futebolistas ...

Façam dos vossos sonhos, os vossos objetivos, nunca desistam e lutem sempre por isso, no final garantidamente os resultados aparecem de uma forma natural ACREDITEM 😉 😆 😉 😆

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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