Maria Carvalho, Utah Valley Wolverine Athletics, 18 anos


Se esta entrevista fosse em vídeo, como te apresentarias?

Provavelmente aparecia com um visual diferente daquele que tenho nos jogos, estaria de cabelo caído, maquilhada e com um ar mais sereno do que aquele que tenho em jogo!...(risos). Mas sempre ,sempre muito feliz!


Porquê o Basquetebol? O que tem este desporto de tão apaixonante?

É o desporto mais completo do mundo!... Além disso para mim é uma verdadeira paixão! Se falarmos de basquetebol e se compararmos a modalidade como por ex, ao futebol, verificamos que o basquetebol é um desporto mais justo e verdadeiro. Por exemplo no futebol se existe um penalty pode ser marcado por qualquer jogador de campo, mas no basquetebol só marca os lances livres quem de facto sofreu a falta. Para além disso a intensidade de jogo é muito elevada e o desgaste é enorme a cada minuto.


Com 18 anos apenas, já tens um currículo desportivo bastante completo. Como chegaste até aqui?

(Sorrisos, se a entrevista fosse em video! ). Apesar de ter começado a jogar basquetebol apenas em 2011, posso de facto dizer que já tenho alguns anos de trabalho árduo na modalidade. Fiz a minha formação base no Benfica, no inicio fazia 100km por dia para ir treinar, depois com apenas 14 anos saí do conforto da minha casa para rumar ao CAR ( centro de alto rendimento ) no Jamor onde vivi 2 anos como interna, a treinar, jogar e a estudar. Findos estes 2 anos rumei para Aveiro e fui jogar pelo Vagos e estudar. Terminei aí o 12º ano. Passei pelas Seleções Nacionais de U16F e U18F, e tive muito orgulho em representar o meu País nos respectivos campeonatos da Europa. Depois, surgiu o convite para ir estudar e jogar em Utah Valley NCAA D1, e aqui estou.


Estás neste momento a estudar e a jogar nos Estados Unidos. Como tem sido a adaptação?

Fantástica! O primeiro mês foi complicado, não pelo basquetebol, mas pela adaptação ás aulas em inglês, mas agora domino muito melhor a língua e as coisas já correm normalmente, como se estivesse a comunicar na minha língua materna. Fui muito bem recebida e tive imenso apoio de todo o staff , das minhas colegas de equipa e dos professores da universidade.


É uma realidade bem diferente, não é?

Completamente diferente!.. Aqui as coisas são levadas muito a sério. Tudo é feito com organização, princípios e muito respeito.


Como é um dia normal de aulas e treinos?

Acordamos muito cedo!... às 6.30h da manhã já estamos no ginásio, depois temos aulas até ás 12h. A tarde é reservada ao treino, no total treinamos 4 a 5 horas por dia. Temos ainda de ter em conta os trabalhos e testes que muitas vezes são diários.... sobra pouco tempo para outras coisas.


Do que sentes mais falta, estando fora?

Sinto muita falta da minha família! Do meu pai da minha mãe e dos meus irmãos! Também sinto falta dos meus amigos . A comida é outra coisa a que tens de te habituar... Sinto falta do peixe á refeição principalmente !.... Saudades da comida portuguesa!


Quais os teus objectivos para o futuro?

Acabei de chegar á NCAA, agora estou a inserir-me no basket Americano, é muito diferente do basket europeu, este primeiro ano será certamente de adaptação. 

Contudo espero estar competitiva dentro de alguns meses e ter uma palavra a dar na Conferência e quem sabe a nível Nacional nos EU.


Até onde pretendes ir a jogar basquetebol? Qual o teu foco?

Pode ser apenas um sonho, mas tenho como objectivo principal conseguir chegar a profissional e jogar ao mais alto nível. Logo veremos daqui a 4 anos!



Marta Faria, Raparigas da Bola

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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