Marion Mazer, 26 anos, Académico F. C.




Para quem não te conhece, quem é a Marion?

A Marion é uma pessoa que é criativa de profissão, e atleta por opção. Impossível não ligar ambos num só, pois já não há limite entre o que é o trabalho e o que é o hobbie. Isto é o que acontece quando alguém faz aquilo que gosta e é feliz todos os dias da sua vida.


Em que altura da tua vida surge o basquetebol? Foi sempre esta a "tua" modalidade?

O basquetebol surgiu muito tarde, só aos 15 anos, e de arrasto devido à minha irmã mais nova. Na altura nem sequer gostava de basquetebol. Sinceramente, não posso dizer que o seja, pois também comecei o Rugby muito recentemente, e também sou muito fã de andebol!


Então e porquê o Basquetebol?

A minha irmã tinha começado a jogar por influência das amigas da escola, e desde o primeiro treino, acabei por nunca mais sair. Lá no fundo queria andebol, e continuo a acreditar que teria gostado bastante... mas o basquetebol é sem dúvida a parte diária da qual não consigo abdicar.


Como tem sido o teu percurso na modalidade? Fala-nos um pouco dele.

Comecei muito tarde, mas tive bons treinadores que me encaminharam sempre para o caminho certo e que acreditaram sempre em mim. Não porque era talentosa, mas porque era incrivelmente trabalhadora. Acabei por sair do Desportivo de Leça aos 17 por não haver escalão sénior, e treinar com os rapazes começava já a não ser mais possível devido às diferenças físicas. A partir daí foi quando o basquetebol começou a ser um bocadinho mais sério.


E conciliar vida pessoal e profissional com o Basquetebol...tem sido complicado?

Não. Tenho um trabalho muito flexível, a nossa agência trabalha em parceria com o clube, sem horários e com todos os colegas desportistas. Temos o compromisso das nossas tarefas, estas que também incluem a nossa dedicação no clube. Tenho noção que sou muito sortuda, e que nem todas as profissões tornam este casamento possível.


Até onde pensas chegar na modalidade? Qual o teu maior objectivo?

O meu maior objectivo era conseguir jogar ao máximo nível que conseguisse sem prejudicar os restantes campos da minha vida, e isso foi cumprido. Penso que já levei o basquetebol muito mais a sério que o levo agora. À medida que crescemos, as nossas prioridades vão-se adaptando. Claro que o basquetebol continua a ser uma grande prioridade (mais que o basquetebol, o próprio clube), e quero que assim o seja por muito, muito mais tempo.


Como atleta, como achas que seria possível chamar mais pessoas à modalidade? Uma maneira de haver mais divulgação?

Muita coisa poderia ainda ser feita, mas não é. Ver os jogos da nossa Liga Feminina de bancadas vazias é algo assustador. Mas para já, procuramos mudar as coisas que conseguimos controlar, e temos conseguido aumentar a divulgação e o alcance do Académico. 


Marta Faria, Raparigas da Bola

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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