Tatiana Pinto, 25 anos Sporting Clube de Portugal








Entrevista realizada quando a atleta jogava pelo Bristol, em Inglaterra


Como é que surgiu na tua vida a paixão pelo futebol ?

Desde que me lembro que sou apaixonada pelo futebol, mais do que qualquer outra coisa. Trocava as brincadeiras comuns de menina por uma bola de futebol, mesmo que isso implicasse estar sozinha. Sempre me fez feliz. 


Como te chamam no mundo da bola ?

Não tenho assim nenhum nome peculiar, mas como o meu nome é um pouco longo e fica complicado de dizer em contexto de jogo ou treino, Tati sempre foi a opção. E para ser sincera, eu gosto imenso.


Qual o número que gostas de carregar às costas ?

O 17 é sem duvida o numero que gosto mais. Não tem uma explicação concreta, mas comecei a usá-lo quando jogava no Clube de Albergaria e como foram tempos felizes, penso que pode ser por aí. No entanto, sou fã do numero 11 por razões pessoais. Adoro números ímpares.


Que jogadora ou jogador tens como referência no futebol ?

Sou muito fã da Carli Lloyd, é a jogadora da actualidade e é a justíssima vencedora ao prémio de melhor jogadora. Admiro muito a personalidade dela, é um génio.


Quem és tu? Como te caracterizas como jogadora?

Sou simples, prática. Tenho os meus pontos fortes e fracos, obviamente. A minha estratégia passa por agarrar-me ao melhor que tenho e trabalhar para que possa ser ainda melhor. É muito importante que sejamos dedicadas e receptivas a sacrifícios, só assim faz sentido.


Clube Albergaria, Alemanha, voltaste para o Valadares e agora Inglaterra. Como vês o teu percurso?

Não foi um percurso constante mas ás vezes precisamos de descer um degrau para posteriormente subirmos dois. No entanto, estou recheada de aprendizagens e rodeada de pessoas extremamente profissionais. Experiencei muita coisa nova, faço um balanço positivo em relação ao meu percurso.


Qual o momento mais marcante para ti, até agora?

Provavelmente quando conseguimos o apuramento para o Euro 2012 pela selecção sub-19. Foi um misto de emoções, muito difícil de explicar. Lembro-me como se fosse hoje!


O que significa ser convocada para a Seleção?

É um sentimento de auto realização, de reconhecimento do teu trabalho. Sabendo que é um espaço de elite em que só são seleccionadas as melhores, é um orgulho enorme fazer parte daquele grupo.


Até onde achas que pode chegar a nossa Selecção?

O progresso que temos vindo a fazer tem sido visível e também reconhecido, por isso acho que podemos fazer muitas coisas bonitas num futuro próximo. Somos uma grande família e essa é a nossa maior arma.


Como vês o futuro do futebol feminino em Portugal?

Acho que a federação tem feito um trabalho incrível para que hajam melhores condições e consequentemente, uma maior competitividade. Acho que o caminho é o correcto e esperemos que um dia o futebol feminino em Portugal possa ser profissionalizado.


Qual o conselho que darias às jovens jogadoras que estão a iniciar-se no futebol?

O único conselho passa por realmente acreditarem nos sonhos. Não há nada que caia do céu, portanto se se acomodarem vão-se dar mal. O trabalho, a dedicação e a paixão são palavras de ordem. 



Marta Faria, Raparigas da Bola

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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