Tânia Sousa, Lázio Calcio a5, 25 anos



Quando e como surge o futsal na tua vida? 

Desde pequena que jogava com os rapazes na rua, e foi ai que surgiu a paixão pela bola. Aos 9 anos apareceu a oportunidade de ir fazer um treino no clube do bairro onde morava e foi ai que iniciei o futsal na minha vida.

 

Como é ser mulher num jogo maioritariamente de homens? 

A diferença para com o masculino ainda é muita mas nos últimos anos tem sido feito muitos esforços para reduzir as desigualdades. Se bem que ainda falta muito caminho a percorrer. 


Fala-nos um pouco sobre o teu percurso na modalidade. 

Como já referi comecei a jogar federada no clube do meu bairro com os rapazes, os Leões das Furnas, depois fui a umas captações nas juniores do Benfica e acabei por ficar, fiquei lá durante uma época. De seguida fui para o Carnide Futsal onde joguei 3 épocas ainda na formação. Após isso fiz os meus primeiros anos de sénior nos Leões de Porto Salvo onde permaneci 4 épocas até mudar para o Sporting onde estive durante 2 anos, até optar este ano por uma experiência no estrangeiro. 


Após vários anos a jogar em Portugal deste o "salto" para fora.O que te levou a rumar para Itália? 

Fundamentalmente pela experiência de um campeonato diferente, onde estão reunidas muitas jogadoras estrangeiras de topo, mas também pela oportunidade de jogar Futsal profissionalmente. 


E voltar? O que teria de mudar no Futsal Nacional? 

Voltar está sempre em aberto! Estamos alguns anos atrasados no que toca a visibilidade e condições mas há imensa qualidade no Campeonato Nacional, mesmo não recorrendo a jogadoras estrangeiras nem sendo as jogadoras profissionais. 


Como é a Tânia quando entra em campo? 

Sempre com a certeza que é para deixar tudo em campo. 


Do que é que já abdicaste pelo Futsal? 

Este ano foi sem dúvida o "mais castigador", porque me obrigou a estar longe da minha família. 


 E a Seleção Nacional, está sempre no pensamento? 

Sim, não é uma obsessão mas trabalho com esse objetivo. 


 Até onde pode chegar a nossa Seleção no Europeu do próximo ano? 

Com muita humildade e os pés assentes na terra penso que temos possibilidades de lutar pela Vitória, embora tenhamos a consciência de que qualquer selecção possa vencer. 


Quais os teus objetivos principais esta época? 

A época não começou da melhor maneira, mas os objetivos são claros, chegar o mais longe possível, quer no campeonato, quer na Taça... 


Se pudesses decidir, o que mudavas no Futsal Feminino? 

A igualdade de género com o masculino, onde o investimento e visibilidade não tem comparação. E também na valorização da atleta. Mais geralmente, penso que é necessário criar estratégias para ajudar os clubes com menos recursos para que possam crescer e não centralizar os recursos. 


Que conselho dás a quem se está a iniciar na modalidade? 

Para acreditarem nos sonhos, para lutarem no que acreditam. Mas acima de tudo para trabalharem duro, que mais cedo ou mais tarde, serão recompensados!




Marta Faria, Raparigas da bola

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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