Sony Costta,18 anos, Clube Condeixa 


Quem é a Sónia?

Sónia Margarida Marques Costa, tenho 18 anos e actualmente sou jogadora do Clube Condeixa.


Conta-nos como surgiu o futebol na tua vida. Fala-nos do teu percurso até ao Clube Condeixa.

Desde criança que gosto de futebol, todos os dias jogava à bola com os rapazes na escola e criou se uma grande paixão desde aí. O meu percurso até ao Condeixa, comecei por estar 2 anos nas escolinhas da Académica, depois estive 5 anos no Sanjoanense, onde fui chamada à Selecção Distrital de Coimbra, onde em 2017 fomos Campeãs do Torneio Interassociações e faz este ano 4 anos que estou no Condeixa. Foi nesta fase que fui chamada à Selecção Nacional  sub16, sub17 e sub19.


A tua família sempre te apoiou? Quem foi o mais céptico?

Sim, a minha família sempre me apoiou, sempre acreditaram nas minhas capacidades e na minha opinião, eles também acabam por viver um pouco este sonho comigo.


E os estudos, como concilias tudo com os treinos e jogos?

Sempre consegui conciliar os estudos com tudo, embora desde que fui para o Condeixa, se calhar também devido à distância do clube do local onde vivo, as coisas mudaram. Chegar mais tarde a casa, ao treinar 3 vezes por semana, mais o jogo também acaba por ser cansativo e sinto que cada vez tenho menos tempo para mim própria, para estar com a minha família e amigos. Sei que compreendem e me apoiam e como se diz " Quem corre por gosto não cansa".


Como é o teu dia, em "dia de jogo"? Que rotinas tens?

Em dia de jogo tento sempre estar calma, tranquila a ouvir música, não tenho uma rotina específica.


Para estares "focada" no futebol, do que tiveste de abdicar?

Nunca precisei de abdicar de nada em específico, simplesmente neste momento sinto que cada vez mais o futebol literalmente é a minha prioridade acima de tudo, mesmo que isso me ocupe mais de metade do tempo.


Campeã da Série C com o Clube Condeixa. O que se segue agora? Qual o objectivo principal?

Foi o primeiro de muitos objectivos esta época, agora é continuar a trabalhar porque a equipa sabe que vamos ter jogos difíceis. Objectivo principal subir de Divisão e tentar chegar à final da Taça de Portugal. 


Com apenas 18 anos, o que pensa a Sónia do nosso Futebol, do nosso Campeonato?

Eu acho que o futebol feminino cada vez esta mais desenvolvido, nota-se que já é mais reconhecido em Portugal, que temos cada vez mais equipas e raparigas a praticar a modalidade.


Até onde queres chegar com o Futebol?

Penso que posso chegar longe, acredito nas minhas capacidades, confio em mim própria e sei até onde posso ir. Sonho chegar à Selecção A e vir a jogar num grande clube.



Marta Faria, Raparigas da Bola


© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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