Sara Wallace


Sara Wallace, Novasemente

Como é que surgiu na tua vida o Futsal?

Acho que as verdadeiras paixões nascem connosco, fiz natação durante 10 anos, fiz mais 2anos triatlo mas eu sempre gostei foi de jogar a bola. Na escola tinha colegas que estavam numa equipa e acabaram por me convidar e eu fui sem pensar duas vezes.

O Futsal foi sempre a primeira opção?

Não foi sempre, tal como disse tive outros desportos, faço desporto desde 4anos mas desde que comecei no futsal que tudo o resto ficou para trás.

Do que é que já abdicaste pelo Futsal e o que é que o Futsal já te deu?

Abdiquei de muitas coisas, privo me de estar mais tempo com minha família, meus amigos e de ir a certos sítios porque tenho calendários a cumprir e quando assumo um compromisso é até ao fim. Já ganhei muitas coisas no futsal, as coisas que mais me marcaram e me deixaram feliz foi ganhar títulos, mas acima de tudo ultrapassar barreiras individuais e colectivas, mostrar que tinha valor quando todo mundo duvidava disso pra mim foi minha maior vitória assim como o respeito que fui conquistando dos outros ao longo do tempo.

Como é a Sara fora da quadra ?

A Sara fora da quadra é uma pessoa dinâmica, divertida, que abraça as coisas que gosta com toda força e lutadora. Dentro campo sou o reflexo do meu carácter, a única diferença é que sou mais calma.

Como te caracterizas como jogadora?

Como jogadora tenho uma mentalidade muito competitiva, dou tudo pela camisola que visto e nunca me dou por derrotada. Tenho uma personalidade vincada, forte e acho que transmito isso a quem joga comigo dando segurança a minha equipa.

O que significa para ti ser guarda redes? Significa desafio. Para ser guarda redes tem de ter uma grande auto estima, é sermos o ponto forte quando a probabilidade de fraquejar é maior do que em qualquer jogadora de campo.

Como é ser mulher num "jogo de homens "? Ser Mulher é um privilegio, ainda que haja desigualdade, penso que não devemos dar importância a quem tem esse tipo de mentalidades, eu apenas convido a virem ver e depois poder comentar.

F.C. Vermoim, Restauradores Avintenses e agora o Novasemente. Jogar fora é objetivo? Nunca foi. Tenho um emprego estável na minha área, por muito que goste de jogar, não será o meu futuro, nem é o meu ganha pão, sou uma pessoa com pés bem assentes na terra.

O Novasemente é o Campeão em título, este ano é para repetir?

Houve muitas mudanças nesta equipa, ainda há muito trabalho pela frente, temos tido imensas condicionantes mas esse será um dos nossos objectivos, sem dúvida que vamos à luta.

Até hoje houve algum treinador/a ou jogador/a que te tenham marcado? Quem e porquê?

Um treinador sem dúvida, André Teixeira, pelo conhecimento que tem do jogo e porque sinto que tive uma evolução em aspectos que nunca me tinham ensinado ate à minha passagem no Restauradores. Uma jogadora que me marcou, Ana Azevedo. Pela atitude competitiva, pelo talento, pela forma como se entrega no campo e por tudo o que transmite a quem joga ao lado dela. Nunca senti que pudesse perder um jogo quando jogava com a Ana, merece todo o reconhecimento que tem porque é uma Campeã com todas as letras e pela humildade que tem.

Que conselho dás a quem se está a iniciar na modalidade?

Joguem pelo amor à modalidade e não pelo prestígio de aparecer nas capas de jornais. O desporto é para quem se dedica, para quem o vive intensamente e que faz sacrifícios em prol do seu rendimento para ajudar a sua equipa a obter melhores resultados. 

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

Desenvolvido por Webnode
Crie o seu site grátis! Este site foi criado com a Webnode. Crie o seu gratuitamente agora! Comece agora