Sara Oliveira, GD Gafanha



Quais os benefícios e desvantagens que vocês atletas esperam retirar nesta nova fase? 

Relativamente aos benefícios parece-nos evidente que a competitividade e evolução são componentes muito presentes e que implicarão, necessariamente, um crescimento individual de cada atleta, pois que se a competição nos obriga a dar mais, naturalmente teremos que trabalhar mais e a evolução é um processo natural. Neste momento não conseguimos encontrar desvantagens para este projecto, ate porque estamos em crer que será uma medida fará o futsal feminino, em geral, crescer e afirmar-se definitivamente em Portugal.


Com este novo campeonato a competitividade no nosso futsal pode melhorar/aumentar? Porquê? 

Tal como já referimos, a competitividade irá aumentar. Numa intervenção directa logo com os clubes que integrarem esta 2ª divisão que estarão a competir com equipas de nível futsalistico muito equiparado e num 2º plano obrigará as equipas do distrital a trabalhar ainda mais para quando lhes seja possível de alcançar este patamar também estejam preparadas. Isto naturalmente, obriga a um maior trabalho e preparação do treino pois que o nível de exigência sabe-se ser muito maior.


E em termos de visibilidade tanto para clubes como para vocês atletas, o que achas que esta possível 2ª Divisão Nacional pode trazer de novo? 

Para os clubes irá, certamente, proporcionar uma maior visibilidade pois que a maioria destes clubes apenas disputaram uma prova até aqui designada por Taça Nacional e que decorre por um período de tempo muito curto. Ora, com a criação desta 2ª divisão nacional os clubes terão a possibilidade de estar uma época inteira a competir além-distrito o que naturalmente lhes trará mais visibilidade e consequentemente mais apoios e possibilidade de parcerias. Para nós atletas naturalmente que também trará vantagens ao nível da visibilidade pois que passamos a poder competir numa prova nacional, com clubes mais competitivos e com um enquadramento da Federação Portuguesa de Futebol que traz só por si outra notoriedade à prova. Importa apenas referir que a criação desta prova não tem por objectivo presentear os clubes campeões 2019/2020 mas antes proporcionar à modalidade uma evolução que há muito se deseja e merece pois que com a criação deste projecto será o futsal feminino quem irá ganhar!!! 


                                                                                                    Sara Oliveira

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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