Mariana Gandarez, Núcleo Sportinguista de Condeixa



"Em primeiro lugar, quero felicitar a página pela iniciativa de forma a aproximar, mesmo com toda a distância física, os amantes, os simpatizantes e os curiosos pelo desporto, nas mais diversas modalidades. Um agradecimento em especial à Marta Faria, pela dedicação na divulgação da sua paixão através da fotografia e na constante procura em estar presente em atividades como esta, que promovem o que deve reinar em qualquer tipo de desporto, os valores e as pessoas. Relativamente ao que tenho realizado nesta fase de "férias", confesso que estou habituada a uma vida muito ativa, a cansar-me ao máximo, seja em treinos seja na vida pessoal, e só estava acostumada a ir para casa para descansar, basicamente. 

O que tenho feito é aproveitar para ver séries, ler, estudar e procurar estabelecer algumas metas individuais que, com a correria da rotina, nem sempre é possível manter o foco essencial. Em relação à atividade física, procurei treinos personalizados àquilo que quero melhorar individualmente e, num âmbito de descontração, parece que voltei à infância, em que o portão do meu vizinho serve de baliza para jogar com o meu irmão. 

Esta paragem forçada serve para a humanidade dar importância àquilo que está muitas das vezes camuflado em bens materiais, em estatutos ou em aparências. É uma boa altura para pararmos e refletirmos naquilo que realmente importa, no valor das pessoas, em demonstrar preocupação por aqueles que amamos hoje e sempre, valorizar aqueles que têm profissões de anjo para que não nos falte nada. As paragens forçadas são isso mesmo, a consciencialização do que há a melhorar. 

E numa altura de constante interrogação, nunca é demais relembrar que, a única certeza, para sairmos todos vencedores deste jogo, é termos a capacidade de cumprir o nosso dever cívico para, mais tarde, usufruirmos do nosso direito individual a sermos felizes. 

A nossa vontade é a nossa força. A felicidade espera-nos".


                                                                                                         Mariana Gandarez

Raparigas da Bola

Foto: Zé Paulo Silva

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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