Inês Arrais

                                                           26 anos


    Natural de Portomar, no distrito de Coimbra, Inês Arrais conviveu desde muito cedo com o hóquei em patins, muito por influência do irmão. Federada desde os oito anos, começou no CHE Lagoense e passou pelo HC Mealhada antes de ingressar na Académica de Coimbra, cidade onde trilhou um caminho paralelo no hóquei em patins e na vertente académica.

    O que fazes agora, após deixar o hóquei?

Ora bem, esta pergunta vem o tal ou qual rasteira, porque na verdade eu continuo a fazer o mesmo que fazia quando jogava hóquei, pois o hóquei nunca foi a minha única ocupação. Sou da área do desporto e portanto continuo a trabalhar com atletas como preparadora física no Sporting Clube de Portugal. Para além disso, ainda desenvolvo outros trabalhos também dentro da área do desporto e voltei a estudar, comecei a tirar doutoramento.

Na altura não deixei o hóquei por opção, isto é, não tinha essa ideia em mente até saber que a equipa feminina de hóquei do Sporting ia acabar. Após isso comecei a equacionar várias opções e o que queria que fosse o meu futuro. Acabei por conseguir preencher o tempo que o hóquei exigia com atividades e outras ocupações que queria realizar e que estavam a ser adiadas por falta de tempo. Ainda que sinta que o meu lugar como atleta não possa ser substituído, acabei por retirar usufruto disso, encontrando outras "ineses".

Continuo ligada ao desporto? Claro que sim, sempre! O ginásio é sagrado para mim, e agora tenho oportunidade de experimentar diversos outros desportos. Sempre que tenho um tempinho livre gosto de combinar ir correr, ou jogar padel, fazer escalada, ou outros. Considero-me uma pessoa bastante organizada, portanto encaixar o desporto no meu dia-a-dia não é difícil, quando também o faço por gosto. Sou uma pessoa madrugadora, e isso dá-me um dia inteiro de opções por preencher! Conseguir conjugar os meus horários "livres" com os "obrigatórios" ajuda-me a não perder o foco, pois posso escolher treinar a várias horas do dia, sem sobrepor a outra atividade que tenha ou queira fazer.


Marta Faria,

Raparigas da Bola

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

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