Inês Álvaro, S.C. Ferreirense


Quais os benefícios e desvantagens que vocês atletas esperam retirar nesta nova fase? 

A oportunidade de competir num campeonato mais exigente, com equipas mais experientes e que nos vai permitir crescer enquanto atletas e como equipa. O facto de estarmos a lutar pela subida de divisão desde o início da competição é uma motivação extra, que certamente nos trará maior ambição, foco, dedicação e empenho. As desvantagens serão as maiores distâncias a percorrer para jogar, que irão requerer um maior esforço financeiro e logístico por parte dos clubes e até das atletas. O futsal feminino é um desporto amador, pelo que os apoios são limitados e de difícil acesso, o que poderá ser difícil de gerir e poderá ser problemático para alguns clubes.


Com este novo campeonato a competitividade no nosso futsal pode melhorar/aumentar? Porquê? 

Claramente que, para as equipas que integrem este novo campeonato a competitividade irá aumentar e por conseguinte, o nível de futsal melhorar. Participarão equipas mais experientes e com melhores condições, quer financeiras quer ao nível estrutura "montada" para a futsal feminino, o que leva a um nível competitivo superior. Um campeonato mais exigente e competitivo é benéfico para cada atleta, cada elemento da equipa técnica e até para o próprio clube, que estará envolvido e terá uma maior visibilidade. No "reverso da medalha" pode representar alguma perda de competitividade nos campeonatos distritais, muitos deles já muito frágeis, e que podem mesmo terminar por falta de equipas. No caso do Distrito de Beja, a única hipótese de o campeonato não se extinguir é continuar a realizar-se nos moldes em que se realizou na época transata, ou seja, campeonato interdistrital. Os Distritos de Beja, Évora e Setúbal contaram apenas com a participação de três equipas por distrito, ou seja, com o surgimento desde novo campeonato poderá levar à extinção das competições distritais nestas zonas.


Em termos de visibilidade tanto para clubes como para vocês atletas o que achas que esta possível 2.ª divisão nacional pode trazer de novo? 

Uma 2.ª Divisão Nacional trará bastante visibilidade aos clubes, tanto a nível competitivo como de historial na modalidade. Esta visibilidade nacional possivelmente permitirá maior facilidade na obtenção de patrocínios e apoios aos clubes, pois a sua divulgação será maior. No que às atletas diz respeito, permitirá que algumas equipas saiam da "sombra", ou seja, equipas que atualmente praticam bom futsal, com jogadoras de grande qualidade e equipas técnicas bastante competentes, têm aqui uma hipótese de se evidenciarem. Algumas destas equipas viviam na sombra dos campeonatos distritais, onde acabam por passar um pouco despercebidas. 


                                                                                                            Inês Álvaro

© 2016 Raparigas da Bola, Portugal

DESIGUALDADE DE GÉNERO NO DESPORTO É EXPOSTANuma semana marcada pelo Dia da Mulher e pelas maiores conquistas portuguesas de sempre no europeu de atletismo, as notícias que se seguiram a estes dias evidenciam a diferença de importância dada à mulher no desporto.

Em geral, é preciso uma mulher ganhar uma medalha para que ela tenha destaque e mesmo quando isso acontece, a visibilidade não é das maiores, como foi visto esta semana.

Ser uma mulher no desporto não é fácil. A falta de visibilidade, a falta de patrocínios e a falta de interesse geram um ciclo que torna complicada a formação de atletas mulheres de ponta.

O grupo Raparigas da Bola luta para quebrar este ciclo, dando voz e visibilidade a atletas femininas, de diferentes modalidades desportivas.

Percebendo-se que no Dia da Mulher há uma tendência para falar sobre mulheres, mas que logo no dia a seguir tudo volta à triste normalidade, o grupo resolveu intervir, usando os próprios jornais desportivos como ponto de partida.

A iniciativa intitulada #ElasTambémJogam, consistiu em transformar todas as notícias publicadas nestes jornais, no dia 9 de março, num gráfico dividido em duas cores: uma para os homens e outra para as mulheres.

Esses gráficos transformaram-se em verdadeiros jornais, mas sem nenhuma foto ou texto, só as cores que evidenciam a diferença de atenção dada às mulheres. Os jornais foram entregues a jornalistas, inluenciadores e atletas para que estes amplificassem o alcance desta ação, ainda no dia 09.

O desejo do grupo não é confrontar os jornais, pelo contrário, é fazer deste um momento de reflexão para que todos se possam unir e dar mais visibilidade às mulheres no desporto, já que elas acreditam que a partir daqui é possível começar a mudar este ciclo de desigualdade. «Mais visibilidade gera mais interesse do público, que desperta interesses de marcas, que gera investimentos e consequentemente volta a gerar visibilidade.» relata Marta Faria, fundadora do Raparigas da Bola.

Desenvolvido por Webnode
Crie o seu site grátis! Este site foi criado com a Webnode. Crie o seu gratuitamente agora! Comece agora