Carolina Anacleto
Quem é a Carolina?
A Carolina tem 30 anos, é formada em Finanças e Economia, área em que trabalha e a sua principal característica é a arrebatadora paixão que tem pelo basquetebol, modalidade que pratica desde os 8 anos na Sanjoanense e que tem marcado toda a sua vida.
Porquê o basquetebol? Como começa o teu percurso?
O meu interesse na modalidade começa com um primo que jogava basquete e me desafiava muitas vezes para ir jogar com ele e com os amigos. Desde cedo percebi que gostava muito e decidi, juntamente com os meus pais, experimentar jogar num clube federado.
É uma paixão?
Sim, tornou-se uma paixão desde criança.
Pontos positivos e negativos, quanto da tua vida é dedicada ao basquetebol?
Uma grande percentagem da minha vida tem sido dedicada à modalidade. Em termos positivos destaco, desde logo, o prazer que é jogar basquetebol, as várias e boas amizades e as diversas experiências que a prática da modalidade me tem proporcionado. Como aspetos negativos ou, menos positivos, apenas posso destacar não conseguir estar tão presente em outros campos da minha vida, designadamente pessoal, como, por exemplo, não ter estado presente na despedida de solteira de uma das minhas irmãs porque estava em play-off pela UDO, faltar a aniversários constantemente, não conseguir viajar grande parte do ano por ter jogos e treinos, etc. O cliché "não posso, tenho treino" é uma constante quando estamos verdadeiramente comprometidos e queremos alcançar os melhores resultados.
No início da época, que agora terminou, já sonhavam com o levantar da taça, ou foi
algo progressivo, que foi decorrendo consoante as jornadas iam passando?
O sonho sempre nos acompanhou, sabíamos que éramos vice-campeãs nacionais e que a responsabilidade era grande, mas fomos progressivamente, com o decorrer da época, acreditando mais e alimentado o sonho com toda a dedicação e empenho possível.
Para ti, qual foi o segredo para esta conquista?
O trabalho, não é segredo, é sempre fulcral. Destaco também a profunda união de grupo e a vontade presente em toda as jogadoras e equipa técnica.
Consegues descrever o que sentiste quando o apito final soou? Aquele atirar para o
chão, o levantar da taça...
Foram sentimentos indescritíveis, de profunda e quase infinita felicidade, de gratidão e de alívio por a missão estar (e bem) cumprida. Foi o culminar de todo o esforço e dedicação ao longo da época.
Já pensam na próxima época? Em como será jogar na divisão mais alta da
modalidade?
Quando gostamos tanto de praticar uma modalidade e nos dedicamos profundamente à mesma, nunca deixamos de parte a preparação do que se segue. A equipa técnica e a direção do clube também já estão a preparar a próxima época. Todos sabemos que jogar na divisão mais alta da modalidade traz ainda mais desafios, mas é certamente também a oportunidade para enfrentarmos equipas mais fortes e jogadoras de alto nível, muitas delas até profissionais de basquete, o que é sempre um enorme prazer.
Sendo que o ritmo competitivo é bastante exigente e elevado, como pode a
sanjoanense lutar pela permanência?
O primeiro passo passa pela contratação de jogadoras que nos possam vir ajudar a ser mais competitivas no próximo ano. Do lado das jogadoras é essencial a preparação, a dedicação, o trabalho diário. Nós, jogadoras portuguesas, não somos profissionais na medida em que todas trabalhamos e não nos dedicamos, de todo, em exclusivo, à modalidade. Por isso, é preciso muita disciplina, paixão e força de vontade para encararmos, física e mentalmente, a próxima época como uma oportunidade de aprendizagem e evolução coletiva e individual.
Marta Faria, Raparigas da Bola